Patriarca promete promover renovação da Igreja de Portugal
"Não sendo este um momento de detalhes programáticos, adianto, ainda assim, o que me parece mais óbvio: a Igreja de Lisboa seguirá [estas] indicações do sínodo dos bispos (...) e da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP)", assinalou Manuel Clemente na eucaristia celebrada no Mosteiro dos Jerónimos.
Dos sete "oportunos rumos" indicados pela CEP, o prelado destacou os três primeiros: "o primado da graça, (...) a comunhão para a missão (...) e a missão generalizada 'como empenho da comunidade toda e de todos os seus membros'".
Diante de 278 padres e bispos e de 65 diáconos, Manuel Clemente lembrou as consequências socioculturais do evangelho como "o reconhecimento teórico e prático de quatro princípios indispensáveis a qualquer sociedade que se queira justa e realmente livre: a dignidade da pessoa humana, o bem comum, a subsidiariedade e a solidariedade".
No decorrer da homilia, a sua primeira missa celebrada que serviu de apresentação à diocese, o prelado sustentou que "a Igreja não existe para si mesma, (...) mas em permanente ação de graças e para o mundo em constante serviço".
Razão pela qual "o que não se inclui neste duplo e coincidente movimento está a mais e exige conversão", uma vez que "este nosso mundo de hoje em dia precisa urgentemente de comunidades de acolhimento e missão", , acrescentou.
No sábado, aos 64 anos, Manuel Clemente foi empossado patriarca de Lisboa na Sé da capital, apresentando-se como servidor da diocese, num templo praticamente cheio e diante do cabido da sé, os cónegos coadjuvantes.
Hoje, no Mosteiro dos Jerónimos, aquele que é também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa lembrou o texto sinodal que vai constituir "plano e programa que baste para os próximos tempos: (...) é necessário criar comunidades acolhedoras, onde todos os marginalizados encontrem a sua casa, realizar experiências concretas de comunhão que, com a força ardente do amor, atraiam o olhar desencantado da humanidade contemporânea".