Pátio das Cantigas

A crítica de João Lopes ao <em>remake </em>realizado por Leonel Vieira e protagonizado por César Mourão e Miguel Guilherme, 70 anos depois do filme de Ribeirinho
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JOÃO LOPES (0/5)

O cinema ocupa pela telenovela

Qual a relação deste novo filme com O Pátio das Cantigas (1942), produzido por António Lopes Ribeiro Ribeiro, com Vasco Santana e António Silva? Em boa verdade, quase nenhuma, a não ser a integração do título e dos nomes das personagens principais. O original pertence a uma conjuntura em que o teatro de revista fornecia uma base criativa fundamental - para além, claro, de um lote invulgar de actores. Agora, vogamos numa paisagem em que triunfaram por completo os mais básicos valores (ou falta de valores) televisivos. Em rigor, há toda uma zona da produção portuguesa que vive ocupada pelas matrizes rotineiras e medíocres da telenovela, gerando apenas aquilo que aqui encontramos: uma colagem de "caricaturas" grosseiras que, em última análise, perderam qualquer gosto de relação com qualquer realidade, vivida ou imaginada. Como se tal não bastasse, prevalece uma vulgaridade de execução que nem sequer é capaz de afirmar um mínimo de "know how" técnico ou narrativo. Na guerra cultural que há muito divide o cinema português, não há dúvida que O Pátio das Cantigas está a ganhar.

Veja o trailer:

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De: Leonel Vieira

Ano: 2015

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