De acordo com o presidente do conselho de administração da sociedade anónima de capitais públicos criada em 2010 pelo Estado para gerir os ativos e recuperar créditos do ex-Banco Português de Negócios (BPN), a opção do leilão internacional foi considerada "a mais favorável". .O Diário Económico noticia hoje que o empresário angolano Rui Costa Reis apresentou ao Governo uma proposta de compra da coleção por 44 milhões de euros e a manutenção das obras em Portugal com uma exposição, no Porto, durante 50 anos..Sobre esta proposta, o presidente da Parvalorem disse desconhecer a sua "existência formal", mas comenta que, "a comprovar-se, se revela prejudicada pelo facto de haver um contrato válido, de boa-fé e livremente assinado com a leiloeira Christie"s para a realização de um leilão em junho"..Há uma semana, a deputada socialista Gabriela Canavilhas, tinha afirmado no parlamento que o PS tinha conhecimento da existência de uma proposta de compra da coleção em "cima da mesa do primeiro-ministro".."Não posso falar ainda sobre isto. Muito em breve vai haver informações sobre este assunto. Mas o que eu disse é factual", disse à Lusa no final do plenário..A venda da coleção em leilão das 85 obras de Joan Miró esteve inicialmente marcada para o início de fevereiro, mas acabou por ser cancelada pela Christie"s, que não considerou a venda legalmente segura, depois do Tribunal Administrativo de Lisboa ter apontado ilegalidades na saída das peças de Portugal..A coleção, com um valor base de licitação de 36 milhões de euros, regressou ao país no final de fevereiro e, segundo a Parvalorem, encontra-se nos cofres da Caixa Geral de Depósitos, em Lisboa..Sobre as propostas de compra da coleção, o presidente da empresa disse que "a Parvalorem, nos últimos dois anos, foi contactada por vários investidores de todo o mundo e ligados às áreas de atividade mais distintas para negociar diretamente os quadros".."A empresa sempre recusou negociar com intermediários e exigiu comprovação da capacidade económica dos interessados, sem sucesso", acrescentou..Francisco Nogueira Leite justificou que a escolha do leilão internacional se baseia no pressuposto de "com transparência, permitir o maior encaixe financeiro possível para o Estado, e, eliminar, subsequentemente, quaisquer dúvidas de que o valor obtido poderia ter sido mais ou menos favorável ou resultado de alguma falta de igualdade de oportunidades e circunstâncias para os interessados"..Sobre as consequências de um eventual cancelamento do leilão previsto para junho -- nomeadamente de ter sido noticiado em fevereiro uma indemnização de cinco milhões de euros à Christie"s inscrita no contrato - o presidente da Parvalorem escusou-se a confirmar este valor.."Com certeza que a leiloeira teria consideráveis direitos mas não me parece que valha a pena estar a aprofundar essa questão hipotética", comentou..Há uma semana, o responsável recebeu um grupo de representantes da petição pública que defende a manutenção da coleção Miró em Portugal ou, pelo menos, a sua exibição no país, e comprometeu-se a consultar a leiloeira sobre a hipótese de as mostrar.."Contactámos, através dos nossos advogados, a Christie"s e aguardaremos uma resposta oportunamente", disse.