Partem de cavalo para tradicional romaria
"Temos alguns sinais, de empresas ligadas à atividade turística, de começar a caminhar" nesse sentido e que "até já contactaram" a organização para "criarem um produto que acompanhará a romaria", revelou hoje o presidente do município da Moita, João Manuel Lobo.
Não sendo propriamente romeiros, acrescentou, as pessoas interessadas em comprar esse pacote turístico podem desfrutar das experiências vividas no percurso, associando-o também "ao lazer e ao descanso".
Também o presidente do município de Viana do Alentejo, Bernardino Bengalinha Pinto, garantiu que a iniciativa desperta cada vez mais interesse. "Tive a informação de que há um agente turístico que tem alguns lugares vendidos, numa charrete da Moita a Viana do Alentejo", frisou.
No que respeita aos romeiros, a iniciativa já conta com grupos de vários pontos do país, como de "Guimarães ou Viseu", e até do estrangeiro: "Este ano, há uns vizinhos espanhóis interessados".
A 12.ª edição da romaria foi hoje apresentada em Évora, numa conferência de imprensa da comissão organizadora, que inclui as duas câmaras municipais, a Associação dos Romeiros da Tradição Moitense e a Associação Equestre de Viana do Alentejo.
O evento, que é ainda apoiado pela Turismo do Alentejo e pela Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, deverá contar com "cerca de 300 inscritos", mas envolve mais pessoas, devido ao apoio logístico que a viagem requer.
A iniciativa retoma uma antiga tradição de caráter religioso da vila da Moita, que fazia deslocar centenas de romeiros, com os seus animais, a Viana do Alentejo.
Os romeiros pretendiam que os animais fossem benzidos durante uma procissão em honra de Nossa Senhora d'Aires, padroeira dos animais, e pediam proteção para boas colheitas.
Depois de décadas sem se realizar, a tradição foi retomada no ano 2000, juntando centenas de participantes que partem da Moita e, após quatro dias de viagem por caminhos de terra batida, chegam a Viana do Alentejo.
Na vila alentejana são, como habitualmente, esperadas milhares de pessoas, que participam também nas cerimónias religiosas no âmbito da romaria, as quais decorrem no sábado e no domingo.
Para Bengalinha Pinto, trata-se de um importante evento que, "além da animação", leva "algum retorno do ponto de vista económico à restauração e alojamentos do concelho".
O presidente da Turismo do Alentejo, Ceia da Silva, também destacou a "importância estratégica e promocional" da iniciativa, que vai "para além da romaria".
"A romaria em si está 'vendida'. O que se pretende é que a romaria crie dinâmicas capazes de assegurar uma promoção turística, para todo o ano, a ambos os concelhos", frisou.