Parque Verde do Mondego vai ser prolongado com campo de golfe

População saiu à rua para estrear a "nova" margem esquerda do rio Mondego

A ponte pedonal Pedro e Inês assistiu, ontem, a uma autêntica revolução na margem esquerda do rio Mondego, na cidade de Coimbra. Sem discursos nem festejos oficiais, foram inaugurados mais dois módulos do projecto CoimbraPolis - e, desde manhã cedo, assistiu-se a largada de pombos e de balões e uma invasão de bicicletas, patins, barcos, músicos, desportistas. O presidente da autarquia Carlos Encarnação anunciou ontem que um campo de golfe será construído junto à Ponte da Portela, com fundos comunitários.

Ali, a margem esquerda do Parque Verde do Mondego, de zona degradada e sem dignidade há agora parque infantil, um parque radical, uma quadra de areia para voleibol e equipamento de apoio aos desportos náuticos. Em frente a este renovado espaço, na outra margem, há muito que os conimbricenses se habituaram a conviver e desfrutar da zona de bares e restaurantes (a primeira área a ficar concluída do programa Polis). Daqui a poucos dias, asseverou Carlos Encarnação, "as duas margens terão Internet wireless [sem fios]".

"Encontrar um espaço como este é excepcional, faz-me lembrar Salamanca. Esta zona da cidade de Coimbra está muito agradável e, para mim, foi uma autêntica surpresa assistir a esta festa", revela Alexandre Mateus, de 42 anos, da Lousã. É hábito este funcionário do Ministério da Justiça fazer treinos de dezenas de quilómetros de bicicleta e ontem foi um dos milhares que usufruíram da requalificação de quase 14 hectares, com uma extensão de frente de rio com mais de 820 metros.

"Está magnífico, lindo, Coimbra já tem duas margens do Mondego!", assim classificou Maria de Fátima a conclusão oficial da 1ª e 2ª fases do Parque Verde do Mondego. Atenta às brincadeiras do filho que se desenvencilhava numa minibicicleta, esta engenheira do ramo da indústria automóvel, não se coibiu, no entanto, de criticar o "espírito conservador desta cidade que não dá condições para a fixação de indústrias". Sustenta: "Este parque é magnífico, vivo em Coimbra, mas, eu e o meu marido, temos de ir trabalhar a mais de cem quilómetros".

Esta requalificação da cidade abrange uma área de 14 hectares, com uma extensão de frente de rio com mais de 820 metros, que ontem recebeu uma gigantesca peregrinação ao ar livre. Mas faltam ainda bares e um restaurante.

Segundo o vereador do Planeamento e Ordenamento do Território da autarquia, João Rebelo, toda esta nova zona do Parque Verde será gerida pela Empresa Municipal de Turismo. O também vice-presidente da autarquia sustentou que uma estação de serviço, agora emparedada entre o Parque Verde e o Museu Monográfico Santa Clara-a-Velha, será deslocalizada. Para a conclusão do Polis falta concluir, também na margem esquerda, a construção de uma piscina descoberta e o edifício do Exploratório de Ciência.