Parque da Alfândega no Porto exclusivo para avenças e autocarros
De acordo com uma nota publicada na página oficial da autarquia, "esta alteração, que vem resolver o problema de estacionamento a moradores e comerciantes da zona, entra em vigor em simultâneo com obras no lado poente do parque, as quais se destinam a melhoria do próprio funcionamento e incluem a relocalização do posto de trabalho do vigilante".
Assim, a partir desta terça-feira, os veículos ligeiros ficarão estacionados no lado nascente do parque (esquerda de quem entra) e os autocarros no lado oposto, sendo este ajustado na sua capacidade para o estacionamento de 18 autocarros.
Ao mesmo tempo, refere o município, é aconselhada a realização do pagamento por multibanco, sendo que o tarifário das avenças não sofreu alteração.
De acordo com a autarquia, esta reconfiguração na utilização do Parque da Alfândega "aponta para a solução do problema crónico da falta de estacionamento dos moradores da zona de Miragaia, vindo também disciplinar a circulação dos autocarros turísticos ocasionais na zona ribeirinha do Centro Histórico".
Esta solução foi apresentada na reunião do executivo camarário de 05 de fevereiro pelo diretor municipal de Mobilidade e Transportes, Manuel Paulo Teixeira, que, à data, revelou que "no pico das contagens, há cerca de 188 autocarros ocasionais a operar em simultâneo no centro do Porto", 30 a circular, em simultâneo, só na zona ribeirinha.
Segundo Manuel Paulo Teixeira, esta realidade acarreta uma série de dificuldades que ficam resolvidas com a conversão de parte do parque de estacionamento da Alfândega do Porto num estacionamento para autocarros ocasionais com capacidade para 18 destes veículos.
Já para a oposição esta solução não resolve os constrangimentos de circulação. Para o vereador do PS Manuel Pizarro, um parque de autocarros na Alfândega não só nada vai resolver nada, como constitui um "atentado estético".
"Felizmente já não corremos o risco de ver alterada uma canção muito popular para 'vamos a Miragaia ver os autocarros'", disse nessa mesma reunião.
Também para o vereador do PSD, Álvaro Almeida, a solução apresentada "é um erro".
"Aquilo que estamos a declarar é que a Ribeira é para turistas", afirmou, defendendo que o município devia avançar com a proibição de circulação dos autocarros turísticos nesta zona.
Já a CDU questionou a autarquia sobre a possibilidade de manter a rotação normal do parque a partir das 18:00, proposta que a câmara disse estar em aberto, podendo ser adotada caso se justifique.
O presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, reconheceu, nessa altura, que não há uma solução mágica para resolver estes problemas, defendendo, contudo, que esta é a solução, segundo um estudo feito, que acarreta menos impactos.