"Esta é uma reforma para o aprofundamento da autonomia, um reforço da transparência e uma valorização do parlamento", destacou o deputado socialista José San Bento, durante a apresentação da proposta, que considerou ser "inovadora e reformista". .A maioria dos partidos da oposição votou a favor (PSD e BE) ou absteve-se (CDS e PCP), mas teceram críticas ao PS por "sobrevalorizar" uma iniciativa que consideraram "sem grandes consequências".."Não tome a nuvem por Juno", advertiu João Bruto da Costa, da bancada do PSD, acrescentando que se os socialistas pretendem trazer "mais transparência" nos cargos públicos "façam-no para todo o espetro de nomeações do Governo [Regional]" e não apenas para o setor público empresarial..Também Zuraida Soares, do Bloco de Esquerda, considerou que a proposta em causa não era "nada de extraordinário", uma vez que o parecer que será emitido pelo parlamento às nomeações do Governo dos Açores para as empresas públicas "não é vinculativo", lembrando que "de boas intenções está o inferno cheio".."Isto é brincadeira. Isto é populismo do mais barato", criticou também Artur Lima, do CDS, que apelidou de "transparência opaca" a intenção dos socialistas, que no seu entender deviam ter ido mais longe e aplicado na região as regras que já existem a nível nacional para as nomeações de gestores de empresas e institutos públicos..O CDS apresentou mesmo propostas de alteração para alargar a todos os membros dos conselhos de administração (e não apenas ao presidente) das empresas públicas a obrigatoriedade de irem ao parlamento regional antes de tomarem posse. A maioria PS chumbou porém as propostas do CDS..Aníbal Pires, do PCP, também entende que a audição dos gestores públicos pelo parlamento não terá efeitos práticos e considerou um "foguetório" a apresentação da medida por parte da bancada socialista, mesmo reconhecendo-lhe "algum mérito"..O deputado comunista lembrou ainda que o regimento do parlamento açoriano não impede os deputados de chamarem os gestores das empresas públicas para serem ouvidos, pelo que não viu novidades na proposta socialista, tendo optado pela abstenção..O único deputado a votar contra a proposta foi Paulo Estevão, do PPM, que discorda das nomeações políticas na Administração Regional e nas empresas públicas, defendendo, em alternativa, a realização de concursos públicos..A proposta agora aprovada determina que "o gestor público indigitado ou proposto para o cargo de presidente de órgão executivo de uma das entidades que integre o setor público empresarial, com participação direta da região superior a 50%, será, obrigatoriamente, ouvido pela Comissão Parlamentar Especializada Permanente competente em razão da matéria"..O processo de audição inicia-se com a comunicação pelo presidente do Governo Regional à presidente da Assembleia do nome do indigitado ou proposto e da entidade respetiva, bem como do currículo e de outros elementos relevantes para justificar a proposta.