Parede de contenção de barragem da empresa mineira Vale cedeu no Brasil
"A Vale informa que identificou ao longo da madrugada desta sexta-feira, 31/5, o desprendimento de fragmentos do talude norte da cava da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais", lê-se num comunicado da empresa, que explora aquela barragem.
"Esses blocos se acomodaram no fundo da cava. As primeiras avaliações indicam que o material está deslizando de forma gradual, o que até o momento corrobora as estimativas de que o desprendimento do talude deverá ocorrer sem maiores consequências", acrescentou o comunicado.
A queda de uma estrutura de contenção que faz parte da barragem, chamada tecnicamente de talude, era esperada há 10 dias.
Moradores e autoridades de Barão de Cocais temiam que, ao ceder, esta estrutura poderia causar a liquefação da barragem da mina de Gongo Soco que, neste caso, corria o risco de rutura, o que não aconteceu.
Aquela empresa mineira brasileira acrescentou que a parede sul da barragem que cedeu hoje "fica a 1,5 quilómetros da mina" e que continuam a monitorizar a situação 24 horas por dia.
Desde 22 de março que a barragem da mina de Gongo Soco está em nível 3, o grau mais elevado de preocupação no que se refere aos riscos de segurança.
Uma área na envolvente desta mina chegou a ser evacuada preventivamente em 08 de fevereiro.
A mineradora Vale, maior produtora e exportadora de ferro do mundo, sofreu críticas e perdas financeiras nos últimos anos após a rutura de duas das barragens que operava no estado brasileiro de Minas Gerais.
A primeira barragem da empresa ruiu em Mariana, no ano de 2015, e a segundo em Brumadinho, janeiro de 2019, deixando centenas de vítimas e provocando graves danos ambientais.
Em Brumadinho, a rutura a barragem da Mina Córrego do Feijão ocorreu no dia 25 de janeiro e provocou um mar de lama que atingiu as instalações da empresa e também propriedades nas imediações, deixando pelo menos 245 mortos.
De acordo com a Defesa Civil de Minas Gerais, até 29 de maio, 25 pessoas continuavam desaparecidas na área da última tragédia.