Paraquedistas regressaram à Bósnia 22 anos após primeira missão

Veteranos voltaram aos locais onde estiveram em 1996 e que marcou o regresso das Forças Armadas aos teatros de operações europeus após a Grande Guerra
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Dezasseis dos militares que o Exército enviou em 1996 para a Bósnia, ao serviço da NATO, regressaram este mês aos locais onde estiveram aquartelados para matar saudades e homenagear os cinco que ali morreram em combate.

A viagem, onde estavam dois paraquedistas que ficaram gravemente feridos na explosão de uma granada, começou a 1 de junho em Rogatica e, além de Sarajevo, abrangeu outros locais do chamado "setor português" (Gorazde, Kukavici, Ustipraca, Kopaci ou Vitkovici).

Em Rogatica, "cada um procurou pela cidade as suas memórias, as recordações e acabámos todos" na esplanada do Hotel Park - o espaço "onde estava a enfermaria" em 1996 - "a beber umas cervejas" e com "uma das rodadas pagas pelo dono" da unidade hoteleira, contou ao DN o organizador da viagem, tenente-coronel Miguel Machado.

Essa primeira missão das Forças Armadas na Europa após a Grande Guerra iniciou-se a 5 de janeiro de 1996 - em pleno inverno - e durou até 2012, envolvendo milhares de homens dos três ramos das Forças Armadas.

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O ponto alto da viagem dos 16 veteranos, entre os quais um militar dos Comandos (então integrados na brigada paraquedista), ocorreu no dia seguinte em Doboj - onde está o monumento aos cinco paraquedistas mortos na Bósnia e que contou com a presença das autoridades locais.

A homenagem incluiu a colocação do símbolo da Liga dos Combatentes na base do monumento, que está a cargo da autarquia e onde, desde 2017, também se comemora anualmente o Dia dos Paraquedistas.

Recorde-se que os militares mortos na Bósnia foram os primeiros-cabos Alcino Mouta, Rui Tavares e José Barradas, e os soldados Ricardo Souto e Ricardo Valério.

Miguel Machado explicou ao DN que a iniciativa estava "pensada há vários anos" e que suscitou o interesse de duas centenas de antigos militares, mas o custo da viagem acabou por impedir a maioria de participar.

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"O esforço de Portugal na Bósnia foi enorme e agora, olhando para a atualidade das nossas missões expedicionárias, mais noção se tem disso", sublinhou o oficial paraquedista na reforma, aludindo à falta de condições logísticas que as primeiras unidades tiveram para enfrentar o duríssimo inverno balcânico e operar naquele território.

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