Parafusos ainda não chegaram à fábrica
O director financeiro da PSA, Elísio Oliveira, em declarações à Agência Lusa, explicou que o prolongamento da paragem por mais dois dias que o que estava previsto resulta da necessidade de estabelecer o fluxo normal por parte do fornecedor de parafusos, essenciais para a linha de montagem de viaturas.
Esta paragem no fornecimento, da responsabilidade de um fabricante francês, afectou todas as unidades de produção da Peugeot-Citroen na Europa.
Elísio Oliveira sublinhou ainda que, após a interrupção do fornecimento de parafusos, tratando-se de "peças de segurança de alta tecnicidade e robustez", sucedeu, como é normal nestas situações, um desencadear de situações que levaram ao alargamento do tempo de paragem na fábrica de Mangualde, bem como em todas as unidades do grupo.
Como exemplo, o director financeiro da PSA de Mangualde sinalizou que os parafusos em questão servem para a produção de veículos mas também para os seus órgãos mecânicos, de onde resulta que, "por vezes, o fornecimento está solucionado na montagem mas podem falhar alguns componentes, como motores".
Para já, embora esteja ainda sujeito a confirmação, a produção normal deverá ocorrer na quarta-feira, 21 de Setembro.
A PSA garante ainda que os trabalhadores não afectados nos seus salários devido a esta paragem.
O fornecedor francês da PSA Mangualde é responsável por 250 referências de parafusos, que, sendo pequenos e, por vezes, "considerados insignificantes", como explicou Elísio Oliveira no momento da interrupção, "são absolutamente essenciais para a produção de veículos".
A PSA Mangualde tem neste momento cerca de 1.300 trabalhadores a funcionar em três turnos depois de nos últimos anos ter passado por uma forte diminuição no pessoal, da qual foi recuperando ao longo de 2010 e já este anos, em que anunciou a entrada de centenas de novos funcionários.
Em 2009, para responder aos efeitos da crise mundial no sector automóvel, a PSA de Mangualde tomou várias medidas, como a não renovação de contratos, a criação de uma bolsa de horas, a passagem de três para dois turnos, a diminuição da cadência de produção horária, a abertura de um plano voluntário de saídas e a antecipação de férias.
Deixaram a empresa perto de 500 trabalhadores da fábrica, cerca de 400 contratados e temporários que não viram os seus contratos renovados e 80 efectivos que aceitaram uma rescisão amigável.