Pandora Papers expõem novos negócios escondidos em offshores. Três políticos portugueses envolvidos

Nuno Morais Sarmento, Vitalino Canas e Manuel Pinho são os nomes nacionais revelados através de um consórcio internacional de jornalistas aos registos de <em>offshores:, </em>Pandora Papers
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Milhões de documentos revelam a existência de negócios e dinheiros em offshores de mais de 100 bilionários, 35 líderes mundiais e 300 funcionários públicos, divulgam vários jornais europeus, nomeadamente o El Pais, The Guardian, Whastington Post, Le Monde e o Expresso.

A investigação resulta do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigaçãoé (IJIC, sigla inglesa) denominada Pandora Papers e levou 18 meses para ser analisada toda a documentação.

Entre os negócios e bens escondidos, detetaram 330 políticos e figuras públicas de 91 países, incluindo Portugal. Catorze líders mundiais ainda se encontram no ativo, sendo que 21 já não estão no poder.

É resultante do trabalho de 600 jornalistas, oriundos de 117 países, envolvidos no consórcio através do qual foram revelados os Panama Papers.

Segundo o Expresso, parceiro do Conòrcio, a lista inclui três políticos portugueses. " O vice-presidente do PSD, Nuno Morais Sarmento, usou as Ilhas Virgens Britânicas para ser sócio de um hotel em Moçambique. Vitalino Canas teve uma procuração passada para abrir contas em Macau. E o ex-ministro Manuel Pinho transferiu o seu dinheiro para uma nova companhia offshore quando quis comprar um apartamento em Nova Iorque", informa.

O El Pais denúncia a existência de mais de 600 espanhóis na lista, que é farta em individualidades internacionais. "Nomes que durante anos ocuparam cargos de primeiro plano, como o o ministro británico Tony Blair; o antigo diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn; o rei Abdalá II da Jordania; braços fortes de Vladimir Putin; o presidente chileno, Sebastián Piñera; o ministro de Economía do Brasil, Paulo Guedes; os cantores Julio Iglesias e Shakira o o treinador Pep Guardiola.

Os jornalistas analisaram 11,9 milhões de documentos que resultaram de uma fuga de informação de 14 empressas especializadas em registos de empresas offshores localizadas em paraísos fiscais como Panamá, Dubai, Mônaco, Suíça e Ilhas Cayman.

Os documentos expõem negócios secretos em offshore de 35 líderes mundiais, incluindo atuais e ex-presidentes, primeiros-ministros e chefes de estado, segundo o The Guardian. " Os ficheiros incluem divulgações sobre os principais doadores ao Partido Conservador, levantando questões difíceis para Boris Johnson", que se encontra no congresso anual" do partido, sublinha o jornal.

Entre os mais de 100 bilionários denunciados, estão celebridades, estrelas do rock e líderes empresariais, que se servem de empresas de fachada para esconderem bens de luxo, como iates e arte. Desde antiguidades cambojanas saqueadas a pinturas de Picasso e murais de Banksy, segundo o jornal britânico.

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