Palhaço Tiririca é o rei das máscaras de Carnaval

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Não bastava ter sido o deputado federal mais votado nas últimas eleições, Tiririca é o rei do Carnaval. A máscara do palhaço, personagem desempenhada por Francisco Everardo Oliveira Silva, é a mais vendida no Brasil, restando saber se vai bater o recorde de Lula da Silva. Em 2006, na véspera das eleições, foram vendidas 30 mil máscaras do então presidente.

"Estou surpreendido e muito feliz, não esperava ser o campeão do Carnaval com este carinho todo do povo", disse Tiririca, citado pela Folha de S. Paulo. Mas para Olga Vallés, a catalã que é dona da tradicional fábrica de máscaras Condal no Rio de Janeiro, a explicação é simples: "Personagem que combina palhaço com político dá em Carnaval. De três máscaras vendidas, uma é do Tiririca." Cada caraça é vendida por sete reais (pouco mais de três euros).

Os concorrentes do deputado são a Presidente Dilma Rousseff, a segunda máscara mais vendida, em relação a personagens brasileiras. Mas se a opção é para a política internacional, aí a do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, envolvido num escândalo de prostituição de menores e abuso de poder, está a ter muita saída. A produção de cada uma das máscaras de Il Cavaliere, desenhadas pelo artista espanhol Sergi Arbusà, pode demorar uma semana.

Apesar do sucesso de Lula, a máscara mais vendida de sempre, fabricada nesta fábrica, é a do líder da Al-Qaeda. Até hoje já foram vendidas 45 mil caraças de Ussama Ben Laden. As menos populares dos últimos dois anos são as dos ex-candidatos à presidência José Serra e Marina Silva, que não chegaram aos cem exemplares.

Os festejos do Carnaval no Rio de Janeiro começam oficialmente a 4 de Março. O ponto alto é, como sempre, o desfile no Sambódromo. Este ano, a festa ficou ensombrada pelo incêndio de 7 de Fevereiro na Cidade do Samba, que destruiu os barracões das escolas Portela, União da Ilha e Grande Rio (que por isso foram afastadas do desfile do Grupo Especial).

O incêndio pode ter destruído os oito carros alegóricos e mais de 3300 fatos da escola Grande Rio, mas não pode nunca destruir o samba. "A comunidade vai entrar com muita garra, mais do que nos outros anos. A gente pode não ganhar o Carnaval oficial, mas vai ganhar o público com certeza. Os ensaios estão lotados, a comunidade está batalhando muito", afirmou à AFP Rosa Vaz, integrante da Velha Guarda da escola e que desfila há 22 anos pela Grande Rio (que em 2010 foi a vice-campeã).

"A princípio eu desfilaria em cima de um carro, mas se não tiver carro para eu sair eu vou sambando no chão de qualquer jeito. Vou até empurrando um carro, se for preciso", afirmou Elias, de 40 anos e que se apresentou como Pirulito. O director do Carnaval da Grande Rio, Luis Otávio Novello (Tavinho), prometeu contudo colocar quatro carros alegóricos na Avenida Marquês de Sapucaí.

A escola corre contra o tempo para preparar seu novo desfile, que tem como enredo (tema) "Y-Jurerê mirim - A encantadora Ilha das Bruxas (Um conto de Cascaes)" e fala sobre a cidade de Florianópolis. A comunidade local mobilizou-se e contribuiu com máquinas de costura, ferramentas e mão-de-obra para tudo ficar pronto até à hora da festa.

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