Padre suspeito de abuso paga caução de 3500 euros

O pároco da Golegã, Azinhaga e Pombalinho suspeito de abuso sexual de duas crianças (com menos de 14 anos) vai ter de pagar 3500 euros para continuar em liberdade.
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O Tribunal da Golegã decidiu ainda que António Santos continua com termo de identidade e residência, está proibido de se deslocar à Golegã e a Torres Novas, tem ainda de entregar o passaporte e não pode manter contacto com menores.

O padre, de 46 anos, chegou ao tribunal, acompanhado por dois agentes da PJ, cerca das 14:30, e esteve a ser ouvido durante toda a tarde desta quarta-feira pelo juiz de instrução criminal.

Em comunicado hoje divulgado, intitulado "detenção por crimes contra a autodeterminação sexual", a PJ afirma que o Departamento de Investigação Criminal de Leiria deteve um homem "presumível autor de dois crimes de abuso sexual de crianças cometidos na forma agravada".

Há duas semanas, a Diocese de Santarém anunciou que iniciou um "processo canónico de averiguações a propósito de suspeitas" sobre o pároco, que se encontrava em parte incerta.

"É a preocupação pelo bem de todas as pessoas que preside a este processo", escreveu na altura o vigário geral na página da Diocese na Internet, assegurando estarem a ser "cumpridas todas as normas canónicas que dizem respeito a estes casos".

Notícias surgidas em alguns órgãos de comunicação social referiam "atos menos corretos" do pároco que terão envolvido jovens durante um acampamento de escuteiros.

"O sacerdote encontra-se dispensado de todos os seus encargos. Tal não implica um juízo sobre a sua pessoa, ou sobre os factos, mas favorece a averiguação da verdade", afirmava a nota da diocese.

Declarando-se "disponível para colaborar em tudo com as instâncias civis", a Diocese de Santarém afirmava estar "em contacto com os familiares [dos jovens] para dar todo o apoio necessário".

"A Diocese deseja manifestar que está próxima dos jovens e suas famílias e de toda a comunidade. Compreende e partilha a perplexidade e tristeza de todos. Está determinada a colaborar para criar um ambiente sereno e seguro para todos", acrescentava.

A Conferência Episcopal Portuguesa divulgou, em abril de 2012, um conjunto de diretrizes para o tratamento de eventuais casos de abuso sexual de menores ocorridos na Igreja, destacando a necessidade de colaboração com as autoridades civis.

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