Padre Feytor Pinto diz que é uma escolha maravilhosa
Feytor Pinto, que reagia à Lusa à escolha do cardeal de Buenos Aires para novo papa, qualificou ainda de "extraordinária" a escolha do nome Francisco, entendendo-a como um "momento de grande renovação, renovação profunda e de crescimento da comunidade cristã face à importância do seu diálogo com o mundo".
Para o padre franciscano, a mesma ordem a que pertence o papa eleito hoje pelo colégio cardinalício, Jorge Bergoglio "é um modelo espantoso de simplicidade, de pobreza, de desprendimento".
Feytor Pinto alegou estar convencido de que "foi por isso, pela sua solidariedade para com os mais pobres" que o cardeal de Buenos Aires escolheu o nome de Francisco, sublinhando ainda tratar-se de uma escolha que "contraria todas as premonições".
Alegou conhecer várias pessoas em Buenos Aires que o conhecem e lhe disseram "sempre o melhor que se pode dizer de um bispo, de um cristão, de um homem normal".
Sublinhou que enquanto bispo e mesmo já cardeal, Jorge Bergoglio "utilizava os transportes públicos, deslocava-se para a sua catedral de bicicleta, com uma vida de uma simplicidade absolutamente impressionante".
Questionado sobre a escolha do nome Francisco, habitualmente ligado à ordem franciscana, Feytor Pinto considerou tratar-se de um "nome ligado à igreja universal e como grande reformador da igreja".
Recordou, a propósito, a missa celebrada pelo patriarca há dois dias em Roma, em que este referiu ser necessário um papa "reformador e que desse uma outra imagem à igreja".
"Penso que escolhendo o nome de Francisco aparece a ideia de ser reformador como Francisco foi que, despojado de tudo se pôs nulo diante do papa para lhe dizer que apenas lhe interessava não os bens temporais, mas a graça do Senhor para levar a todos os pobres", sublinhou Feytor Pinto.
A escolha de um nome que, para Feytor Pinto, pode indiciar "pôr a Igreja ao serviço dos mais pobres, dos mais jovens como diz concretamente Isaías e o evangelho de S. Lucas no capítulo IV".
"Eu vim para dar a boa-nova aos pobres, a libertação aos oprimidos, a alegria aos que sofrem, a vista aos cegos e também a reconciliação", concluiu.