Pablo Aimar vai custar oito milhões ao Benfica

Reforço. O Benfica garantiu o número 10 que tanto procurava: Pablo Aimar, 26 anos, um dos "novos Maradona", que até preferiu o futebol a uma carreira como médico. Após vários avanços e recuos, o acordo com o Saragoça está quase fechado (só falta saber quem paga a comissão do empresário)

Falta pouco para que Pablo Aimar vista a camisola do Benfica. Fonte do clube da Luz garantiu ao DN que o negócio "está 95% fechado". Tudo deverá ficar concluído até amanhã, com as águias a pagarem oito milhões de euros ao Saragoça pelo médio argentino.

Embora as partes do negócio se "fechem em copas", a verdade é que, ao que o DN apurou, o acordo está praticamente selado, faltando apenas definir se é o Benfica ou o Saragoça a pagar a comissão da transferência ao empresário do jogador, Gustavo Mascardi. Serão esses os "5%" que faltam definir para que o médio argentino se torne oficialmente o sucessor de Rui Costa (agora director desportivo e administrador da SAD) como nº10 do emblema da águia.

Devido a essa pequena indefinição, quando contactado pelo DN, Mascardi jogou à defesa, dizendo que o negócio não está concluído. De resto, ontem o empresário argentino tinha mais com que se ocupar, já que, segundo os diário Crítica e Clarín, estará a ser investigado pelo alegado envolvimento numa rede de falsificação de passaportes de jogadores argentinos (ver caixa ao lado).

Enquanto o empresário pouca adianta e o Saragoça mantém a versão oficial de que o jogador se apresenta amanhã ao trabalho, Ricardo Aimar, pai da Pablo, abre o jogo, mas pouco.

Em declarações ao DN, o progenitor do reforço do Benfica diz que ainda não falou com o filho sobre o negócio, mas lá reconhece que "segunda ou terça-feira pode haver novidades". E acaba por elogiar Lisboa ("é uma grande cidade") e o Benfica ("um dos maiores clubes do Mundo").

Trocou medicina pelo futebol

Pablo Aimar foi uma das maiores promessas do última década do futebol argentino. Apontado como o "novo Maradona", teve a honra de ser elogiado por El Pibe, mesmo quando ainda jogava no River Plate - o maior rival do Boca Juniors, emblema do coração de Maradona.

Apesar de não ter superado as expectativas - sempre adiadas - de encontrar um "novo Maradona", o internacional argentino nunca negou a paixão pelo "desporto-rei". Por isso escolheu ser futebolista em vez de médico: em 1995, quando subiu à primeira equipa do River Plate, abdicou dos estudos que o levariam à faculdade de medicina.

Desde então, somou assistências e golos que o levaram ao panteão das estrelas do clube argentino. E de lá saiu para o Valência, em 2001, por 24 milhões de euros. No clube ché foi um dos heróis da armada argentina que quase levou o clube à glória europeia (vitórias na Taça UEFA e Supertaça Europeia de 2004). Mas depois de uma meningite viral (em Abril de 2006), El Payaso [o seu cognome] acabou por trocar o Valência pelo Saragoça, onde não foi foi tão feliz. A descida do clube de Aragão terá sido o motivo ideal para um novo salto. A aventura europeia de Aimar segue em Portugal, dentro de momentos.|