Os Violinhos dão concerto barroco à luz das velas
Uma viagem no tempo. É esse o convite que a Orquestra Os Violinhos faz aos espectadores que hoje, às 18.00, assistam ao concerto na Igreja de Santa Catarina, na Calçada do Combro, em Lisboa. Rui Fernandes, um dos fundadores da orquestra, composta por jovens entre os 7 e os 17 anos, explica porquê. Para além de ser o concerto de homenagem à padroeira dos músicos, Santa Cecília, "o repertório escolhido é da mesma época de construção da Igreja de Santa Catarina, estabelecendo-se assim uma ligação artística entre a música que vai ser interpretada e a arquitectura do espaço". E, sublinha, "tudo isto vai ser condimentado com uma ambiência muito especial, à luz das velas".
O concerto insere-se no plano de responsabilidade social da orquestra, servindo para angariar fundos para o restauro do órgão da Igreja de Santa Catarina, sobrevivente ao terramoto de Lisboa de 1755, e cujo restauro está parado por falta de financiamento.
O programa começa com a Abertura da Ode a Santa Cecília, de Händel, seguindo-se Outono, de As Quatro Estações de Vivaldi e outras obras de compositores barrocos, como Bach e Fiocco.
A qualidade do concerto é garantida pelos músicos da orquestra, escolhidos de entre os alunos da Academia de Música de Lisboa, a maior escola de violinos do País. "Nos últimos quatro anos, ganharam mais de cinquenta prémios", destaca Rui Fernandes que sublinha o modo de funcionamento, quase profissional da orquestra: com provas de admissão, uma temporada, direcção musical, direcção artística e alunos bolseiros. Para além disso, sublinha, "consegue até mais do que algumas orquestras profissionais: o orçamento é assegurado por empresas privadas, de entre as quais se des- tacam a Accenture e a Nestlé".