Os últimos sete anos foram os mais quentes de que há registo

A Organização Meteorológica Mundial concluiu que a temperatura média para 2021 é 1,09 graus Celsius mais elevada do que os níveis pré-industriais.
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Os anos entre 2015 e 2021 estão a caminho de se tornarem nos sete mais quentes de que há registo, segundo a Organização Meteorológica Mundial, que alertou que o planeta está a caminho de "território desconhecido".

O relatório preliminar da organização sobre o estado do clima, lançado no primeiro dia da conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP26) em Glasgow, avisa que o aquecimento global através das emissões de gases com efeito de estufa arrisca ter "repercussões de longo alcance para as gerações atuais e futuras".

Com base nos dados dos primeiros nove meses deste ano, a Organização Meteorológica Mundial disse que 2021 deverá ser o quinto, sexto ou sétimo ano mais quente de que há registo - apesar do efeito de refrigeração do fenómeno La Niña, que baixou as temperaturas no início do ano.

"Desde as profundezas dos oceanos aos cumes das montanhas, de glaciares a derreter a eventos climáticos extremos implacáveis, os ecossistemas e as comunidades em todo o mundo estão a ser devastadas", disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, numa declaração que acompanha o relatório.

Guterres disse ainda que a COP26 "tem que ser um ponto de viragem para as pessoas e o planeta".

A Organização Meteorológica Mundial concluiu que a temperatura média para 2021 é 1,09 graus Celsius mais elevada do que os níveis pré-industriais.

E a temperatura média dos últimos 20 anos (2002-2021) excedeu pela primeira vez o nível simbólico de um grau Celsiu acima das temperaturas em meados do século XIX, quando a humanidade começou a queimar os combustíveis fósseis à escala industrial.

Isto vai "focar as mentes dos delegados da COP26 que aspiram a manter o aquecimento global dentro dos limites acordados em Paris há seis anos", disse o cientista chefe do instituto meteorológico britânico, Stephen Belcher.

No Acordo de Paris de 2015, os países acordaram manter o aquecimento global "bem abaixo" dos dois graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, e dos 1,5 graus se possível.

Mas agora existe pressão para que se comprometam com o valor dos 1,5 graus. Na cimeira do G20, que termina este domingo em Roma, as 20 maiores economias mundiais já acordaram esse valor.

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