Os sons da terra ou o resgate da história cantada de Portugal
"Há um episódio muito bonito que vai à Beira Litoral em que tens um homem que exemplifica como faziam umas pausas no trabalho para cantar e fazia óóóóóóóóóóó. Essa era a parte em que iam repousar do esforço. Essas pessoas lembram-se das músicas porque têm uma memória física. As práticas continuam vivas." Tiago Pereira, 42 anos, fala numa torrente de entusiasmo. Conta a história da série documental O Povo Que ainda Canta, que é também a sua própria história e a massa de que é feita Portugal. Assim, sem filtros nem encenação.
Estreia-se hoje, na RTP 2, às 22.45 com a Mouraria, em Lisboa. Tiago já tem dez dos 26 episódios prontos (já chegou aos Adufes) e mantém desde setembro uma rotina, que parece já não ser desligável dele: "Gravo aos fins de semana, de quinta a terça. Terça, quarta e quinta estou em Lisboa. É sempre assim. Eu vou, depois venho para controlar os editores [de montagem]. Estou sempre assim, desde setembro."
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Grava, grava, grava. E depois grava. Anda com uma câmara e um microfone. Controla, depois, o processo de montagem. E em todos estes momentos parece haver uma enorme descomplicação. Como se os protagonistas da série e a música estivessem (e estavam) desde sempre ali e Tiago Pereira fosse a linha invisível que os uniu lhes dá presença - agora em O Povo Que ainda Canta, antes noutros trabalhos.