Os serões 'pagões' da TVI
O primeiro Natal da TVI sem José Eduardo Moniz transpirou o grande líder por todos os poros. Indisfarçável, está-lhes no sangue. A gala transmitida na sexta-feira à noite, em directo do Casino do Estoril, teve de tudo, mas manteve as características de sempre: muita música, muito disparate e as estrelas da casa a provar os seus talentos em áreas diversas das que estamos habituados a ver. Comecemos pelo fim, as audiências: sucesso absoluto, quase 50% de quota de mercado.
Mas, resultados à parte, a gala teve menos ritmo do que em anos anteriores, abusou de lugares-comuns e piadas fáceis e revelou, aqui e ali, uma realização menos cuidada do que o habitual. O momento em que Rui Veloso, de microfone aberto, diz "então o teleponto não está a funcionar?" não correu bem, vendo-se um assistente a correr para lhe colocar à frente a letra da música.
E depois houve gaffes para todos os gostos, algumas delas justificáveis pelo risco do directo, quando Júlio Magalhães anunciou a actuação das vozes do Canta por Ti quando o programa infantil da TVI se chama Uma canção para Ti, mas outras injusficáveis e graves, como quando Marisa Cruz se referiu aos costumes pagões (sic) do nosso Natal.
Num programa familiar de sexta--feira à noite, embora fosse quase meia-noite, a "merda" que saiu da boca de José Pedro Vasconcelos, ou a simulação sexual da reprise de Tudo o que eu te dou de Júlio Magalhães, também me pareceram a mais.
Mas nada comparado com o manguito que Herman José fez já no final. Um mau gosto gratuito.