Luc Castaignos chegou ao Sporting no final de agosto de 2016, dias depois de Bruno de Carvalho ter assegurado a contratação de Bas Dost. Trazia no currículo uma passagem pelo Eintracht Frankfurt na época anterior, onde realizou 21 jogos e marcou cinco golos. Na época de estreia pelos leões efetuou 13 jogos, mas não marcou golos nem fez assistências. Na época passada foi cedido ao Vitesse. Regressou no início desta época, realizou mais quatro jogos e voltou a ficar a zeros..Nesta semana, Frederico Varandas decidiu rescindir o contrato com o avançado holandês, que custou 2,5 milhões de euros ao clube, ganhava 1,5 milhões por época e que em 17 jogos não marcou um golo e nem sequer uma assistência fez. Com o passe na mão, Castaignos assinou pelo Gyeongnam FC, da Coreia do Sul..Curiosamente, nesta quarta-feira, o Benfica decidiu integrar no plantel o marroquino Adel Taarabt, um dos jogadores mais bem pagos do plantel que Vieira chegou a dizer que nunca mais ia vestir a camisola das águias, depois de duras críticas feitas pelo futebolista numa entrevista. E que desde que foi contratado, em 2015, nunca efetuou sequer um minuto pela equipa principal..Estes são apenas dois exemplos de maus negócios feitos pelos três grandes de Portugal nos últimos dez anos. Jogadores que em muitos casos implicaram investimentos consideráveis, quer pelo custo das transferências quer pelos ordenados que vieram ganhar, e que não deram retorno desportivo e na grande maioria dos casos financeiro. Recorde alguns dos piores negócios feitos por FC Porto, Benfica e Sporting com base nestes parâmetros..Sporting: de Pongolle a Bruno Paulista.No Sporting, e tendo como ponto de referência os últimos dez anos, um dos maiores flops foi Florent Sinama-Pongolle. O avançado francês chegou a Alvalade em janeiro de 2010. Assinou por três épocas e meia e custou aos cofres do clube 6,5 milhões de euros, valor pago ao Atlético de Madrid. Até ao final da temporada 2009-2010 realizou sete jogos e marcou apenas um golo num jogo com o Marítimo..Nas duas temporadas seguintes esteve cedido aos espanhóis do Saragoça e aos franceses do Saint-Étienne. Até que em agosto de 2012, por não entrar nos planos do clube leonino, rescindiu o contrato. Andou pelo FK Rostov, da Rússia, Chigaco Fire (EUA), Lausanne (Suíça), Dundee United (Escócia) e está desde 2016 no modesto Chainat Hornbill, da Tailândia..Em Alvalade outros jogadores destacaram-se pela negativa. O argentino Valentin Viola chegou em 2012-2013 rotulado de craque e custou 4,5 milhões de euros aos leões. Apesar dos 25 jogos e dos dois golos na época 2012-2013, a sua contratação revelou-se um fracasso. Sucessivamente emprestado e com mais dois jogos pelos leões 2014-2015... mas pela equipa B. Hoje joga no San Martín Tucumán, da Argentina..Jeffrén chegou do Barcelona na época 2011-2012 e era visto como um grande reforço. Mas na realidade nunca o foi. Custou quase quatro milhões de euros e tinha um salário de meter inveja. Foi emprestado ao Valladolid, da liga espanhola, e em fevereiro de 2014 o Sporting rescindiu o contrato com o jogador, anunciando na altura que poupava 7,2 milhões de euros em salários. Hoje, com 31 anos, Jeffrén Suárez joga no AEK Larnaca, do Chipre..A contratação do búlgaro Bojinov (2011-2012) também se revelou um fracasso. Foram 2,6 milhões de euros por um jogador que apenas marcou três golos. E o que dizer de Bruno Paulista, médio brasileiro que obrigou a um investimento de 3,5 milhões em 2016-2017 e que ainda está contratualmente vinculado ao Sporting, apesar de sucessivos empréstimos? Ou de Labyad, que teve um custo de 900 mil euros mas um contrato que estipulava sucessivos aumentos milionários ano após ano - em 2016, quando rescindiu o contrato que o ligava aos leões, já ganhava dois milhões por temporada. Depois de ter estado cedido a clubes como Vitesse, Fulham e Utrech, atualmente representa o Ajax..Benfica: de Ola John ao n.º 10 Djuricic.Os maus negócios tocam a todos e Benfica e FC Porto não são exceções. Na Luz, e pelos milhões de euros envolvidos, há uma transferência de que ainda hoje se fala. Em maio de 2012, as águias anunciaram a contratação de um extremo holandês de 20 anos, Ola John, que chegou através do fundo de investimento Doyen Sports, mas que acabou por ter um custo total de 12 milhões de euros..Na temporada 2012-2013, o holandês foi utilizado em 42 jogos e marcou quatro golos. Mas não convenceu e na temporada seguinte deu início a uma sucessão de empréstimos, com regressos esporádicos ao Benfica pelo meio (em 2014-2015 participou em 36 jogos e marcou quatro golos) sem nunca se conseguir impor verdadeiramente e tendo contra si os milhões gastos na sua transferência. Ola John passou pelo Hamburgo, Reading, Wolverhampton e Deportivo da Corunha. Em julho de 2018 deixou de vez o Benfica e assinou pelo Vitória de Guimarães até 2021..O sérvio Filip Djuricic foi outro caso de um investimento que não vingou. O sérvio foi contratado pelo Benfica no verão de 2013 e teve um custo de oito milhões de euros. Vinha rotulado de craque e chegou a envergar a camisola n.º 10. Nessa temporada participou em 24 jogos e marcou dois golos. Mas não convenceu e tal como outros flops começou uma série de empréstimos: Mainz, Southampton, Anderlecht e finalmente a Sampdoria, clube que acabou por adquirir o passe do sérvio. Atualmente joga no Sassuolo, que o adquiriu a custo zero no início desta temporada..Aliás, numa entrevista à TVI, em setembro de 2016, Luís Filipe Vieira admitiu que o Benfica teve dois flops: "Djuricic e Ola John. Têm qualidade, mas não se ambientaram, não conseguiram estar aqui. O Rui Costa atribuiu o número dez ao Djuricic, é bom lembrar.".Na Luz houve outros investimentos que se revelaram maus negócios, casos de Funes Mori (2 milhões de euros), Bebé (3 milhões), Loris Benito (3 milhões), César (3 milhões), Derley (2,5 milhões) e Cristante (6 milhões). Mas um dos mais célebres foi o do guarda-redes espanhol Roberto, que custou 8,5 milhões de euros (pagos ao At. Madrid) em 2010-2011, valor, contudo, que o Benfica acabou por recuperar (ainda ganhou 100 mil euros), num negócio com contornos estranhos com o Saragoça..Mais recentemente, outras duas transferências transformaram-se em flops. A de Nicolás Castillo, por quem o Benfica pagou quase oito milhões no início da época e agora em janeiro foi obrigado a vender o jogador por um pouco menos ao América, do México. E a de Taarabt..O marroquino Taarabt assinou pelo Benfica em junho de 2015. Mas o que foi anunciado como uma transferência a custo zero, afinal implicou muitos custos. De acordo com documentos revelados pelo Football Leaks, o jogador africano, que assinou um contrato de quatro épocas, aufere um salário de 193 mil euros/mês. Além disso tinha ainda bónus milionários mediante objetivos - 232 mil euros brutos por cada 15 jogos em que for titular pelo Benfica..Problemas disciplinares e excesso de peso foram a justificação para nunca se ter sequer estreado pelo Benfica - realizou apenas sete jogos pela equipa B em 2015-2016. Foi depois cedido ao Génova e nesta temporada regressou ao Benfica, onde ainda não soma minutos. Curiosamente, nesta quarta-feira foi chamado ao treino da equipa principal por Bruno Lage, depois de há dois anos Luís Filipe Vieira ter dito que o marroquino nunca mais vestiria a camisola do Benfica, depois de uma entrevista do jogador que foi muito mal recebida na Luz..FC Porto: de Imbula a Quintero.Pinto da Costa foi durante muitos anos conhecido como o presidente dos grandes negócios. Comprar jogadores bons relativamente baratos e posteriormente vendê-los com uma enorme margem de lucro. Os casos de sucesso são muitos, mas pelo meio o FC Porto também teve os seus flops..Gianelli Imbula, lembra-se? No dia 1 de julho de 2015, a SAD do FC Porto informou a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que tinha pago 20 milhões de euros ao Marselha pelo médio defensivo francês de 22 anos. "Lopetegui disse-me que era um Ferrari. Mais tarde pensei: afinal quis o Ferrari para estar parado na garagem?", chegou a dizer Pinto da Costa. O gaulês não se deu bem no FC Porto, mas, mesmo assim, os dragões conseguiram vendê-lo e com lucro: 22 milhões de euros para o Stoke City. Hoje, Imbula joga no Rayo Vallecano, de Espanha, cedido pelo emblema inglês..Em 2013-2014, o FC Porto anunciou a contratação de um jovem colombiano (começou por pagar cinco milhões por 50% do passe e mais tarde adquiriu a outra metade), Juan Quintero, ao Pescara, de Itália. O médio ofensivo/avançado fez 34 jogos em 2013-2014 (quatro golos) e 30 na época seguinte (três golos). Mas nunca foi um imprescindível no Dragão. Por isso, a partir de 2015-2016, iniciou uma série de empréstimos - Rennes, Independiente de Medellín e River Plate. Foi, aliás, no clube argentino que virou craque (marcou o golo que deu a Taça Libertadores do River no ano passado). O jogador continua cedido ao emblema argentino pelo FC Porto (tem contrato com os dragões até 2021)..Outros jogadores que num passado recente implicaram investimentos consideráveis e não renderam o esperado foram Ghilas (custou quase quatro milhões de euros, em 2013-2014), que esteve apenas uma época no Dragão e depois foi cedido - hoje joga no Goztepe, da Turquia e Martins Indi (2014-2015), que custou 7,7 milhões quando foi contratado ao Feyenoord, mas que após duas épocas em que não rendeu o esperado acabou por ser vendido ao Stoke City, pelo mesmo valor..Em julho de 2014, mais um jogador que custou milhões e que não teve o sucesso esperado. Julen Lopetegui pediu e a SAD portista adquiriu 60% do passe do avançado Adrián Lopez ao At. Madrid por 11 milhões de euros. Os números do espanhol na primeira temporada deixaram muito a desejar (apenas um golo em 18 jogos). Seguiram-se empréstimos ao Villarreal e Deportivo da Corunha. Voltou nesta temporada, mas só nos últimos jogos tem sido titular devido às ausências por lesão de Aboubakar e Marega - tem 20 jogos realizados e cinco golos..Uma referência ainda para Diego Reys. O central mexicano custou ao FC Porto cerca de nove milhões de euros, entre o valor pago ao América do México e custos de intermediação. Era visto como um defesa central de grande futuro, mas a verdade é que foi alternando a sua permanência no FC Porto com sucessivos empréstimos (Real Sociedad e Espanyol). Acabou por deixar os dragões no início desta época, a custo zero, assinado pelo Fenerbahçe, que entretanto em janeiro o cedeu por empréstimo ao Leganés.