Orquestra Gulbenkian despede-se de Paul McCreesh e da temporada com obra de Elgar

A Orquestra Gulbenkian interpreta hoje "O sonho de Gerontius", de Edward Elgar, no seu último concerto da temporada no Grande Auditório da Fundação, em Lisboa, que também assinala a despedida de Paul McCreesh, maestro titular entre 2013 e 2016.
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O drama sacro do compositor britânico Edward Elgar será interpretado, hoje e na sexta-feira, pelo Coro e a Orquestra Gulbenkian, com a meio-soprano Yvonne Howard, o tenor Jeremy Ovenden e o baixo-barítono Andrew Foster-Williams, como solistas, sob a direção de Paul McCreesh.

O concerto, hoje, tem início às 21:00, após a sessão de apresentação da Temporada Gulbenkian 2017/2018, pelo diretor do Serviço de Música, Risto Nieminen. Na sexta-feira, "O sonho de Gerontius" será antecedido de uma apresentação da obra, pelo compositor português Alexandre Delgado, às 18:00, no âmbito do programa "Guia de audição", sucedendo-se o concerto, às 19:00.

"O sonho de Gerontius" tem por base o poema do britânico John Henry Newman e descreve o percurso de uma alma desde o leito da morte até ao julgamento final, que a destina ao Purgatório.

A obra, estreada no Festival de Birmingham de 1900, faz parte das peças corais sacras de Elgar, mais conhecido por composições como as marchas "Pompa e Circunstância", "Serenata para cordas" ou as "Variações Enigma".

O britânico Paul McCreesh abriu a sua primeira temporada de música, como maestro titular da Orquestra Gulbenkian, em outubro de 2013, com "A Criação", de Joseph Haydn, sucedendo ao norte-americano Lawrence Foster, que ocupou o posto durante 11 anos.

O 'site' do Serviço de Música da Fundação destaca McCreesh como "músico empolgante e inovador", em particular o seu "trabalho com o Gabrieli Consort & Players", orquestra de época que fundou em 1982, assim como a sua "energia e paixão".

"Entre 2013 e 2016, foi maestro titular da Orquestra Gulbenkian, à frente da qual dirigiu repertório dos períodos clássico, romântico e contemporâneo, tendo trabalhado também intensamente com o Coro Gulbenkian. No domínio das grandes obras corais, destaque-se a sua revisão da versão em inglês da oratória 'As Estações', de J.Haydn, apresentada em 2011 em Schleswig-Holstein e na Fundação Gulbenkian", lê-se no perfil do músico.

A Gulbenkian sublinha ainda o trabalho de Paul McCreesh no domínio da ópera, em produções como "Tamerlano" e "Jephtha", de Handel, "Orphée et Eurydice", de Gluck, no Teatro Real de Madrid, na Ópera Real Dinamarquesa ou na Opéra Comique, de Paris, e com orquestras como a Gewandhaus de Leipzig, a Filarmónica de Bergen ou a do Konzerthaus de Berlim.

A Orquestra Gulbenkian mantém, como maestrina convidada principal, a finlandesa Susanna Malkki e, como maestros convidados, os portugueses Joana Carneiro e Pedro Neves. Os antigos titulares Lawrence Foster e Claudio Scimone, de Itália, permanecem como maestro emérito e maestro honorário, respetivamente.

O Coro Gulbenkian tem o suíço Michel Corboz como maestro titular, Jorge Matta como maestro adjunto e Paulo Lourenço como maestro assistente.

Antes do fecho da temporada, a Orquestra Gulbenkian voltará a tocar a 03 de junho, no Terreiro do Paço, no âmbito das Festas de Lisboa, e no dia 22, no Teatro Nacional D. Maria II, na estreia da obra dramática "Beaumarchais", de Pedro Amaral, a partir de textos do autor de "O Barbeiro de Sevilha".

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