Opositor russo detido depois de regressar a Moscovo
Leonid Gozman, que enfrenta na Rússia um processo penal, foi detido depois de o ministério do Interior russo ter emitido um mandado de captura.
O político foi acusado de violar a lei que exige que os cidadãos russos notifiquem as autoridades quando têm cidadania estrangeira ou autorização de residência.
Apesar de Gozman ter notificado Moscovo sobre a sua cidadania israelita, as autoridades russas afirmam que a informação não lhes foi transmitida no prazo exigido.
Presidente do movimento liberal russo União das Forças de Direita, Gozman, de 72 anos, tem sido um crítico forte contra a campanha do Kremlin na Ucrânia e deixou a Rússia assim que a guerra começou, mas acabou por regressar em junho por "questões morais".
Já em 2014 tinha assinado um manifesto contra a anexação da Crimeia pela Rússia.
Para o Ministério da Justiça, Gozman está classificado como "agente estrangeiro", uma denominação com um significado pejorativo e que implica um controlo adicional por parte do Governo.
O advogado de Gozman, Mikhail Biryukov, afirmou que o opositor foi detido no metro de Moscovo e levado para uma esquadra da polícia.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de 4.000 civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior, e causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas, das quais mais de 5,9 milhões para fora do país.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.