Operação Fizz: Paulo Blanco quer saber se pode manter exercício da profissão de advogado

O arguido no processo 'Operação Fizz' Paulo Blanco pediu hoje esclarecimentos sobre as suas medidas de coação, que o impedem de exercer advocacia, após ter recebido pedidos para ser defensor, nomeadamente de um procurador do Ministério Público.
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\tDepois de o tribunal ter revogado na terça-feira as medidas de coação de proibição de contactos ao advogado Paulo Blanco, mas mantendo a proibição de exercer advocacia para clientes angolanos com ligações ao processo, nomeadamente Manuel Hélder Vieira Dias Júnior (general 'Kopelipa'), ex-ministro de Estado e chefe da Casa Militar do ex-Presidente de Angola José Eduardo dos Santos o arguido fez um requerimento ao tribunal a pedir esclarecimentos.

\tDiz Paulo Blanco que, após a revogação das medidas, recebeu três pedidos de patrocínio forense, um dos quais de um procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, do qual não disse o nome, para tratar de uma questão de partilhas e queria saber, junto do tribunal, se podia aceitar.

\tO arguido contou também ter sido abordado por um inspetor da Polícia Judiciária, que terá tido intervenção ocasional num dos processos que Paulo Blanco patrocina e que envolve o Estado angolano, para o ajudar num processo de divórcio e por um cidadão angolano que não foi testemunha na 'operação Fizz' e que quer os seus serviços profissionais para negociar um arrendamento comercial e a constituição de uma sociedade anónima europeia pela qual diz querer empregar cerca de 100 pessoas.

\tO arguido aguarda agora uma deliberação do tribunal.

\tA sessão de hoje do julgamento do processo 'operação Fizz' foi dedicada à audição de Paulo Blanco sobre um conjunto de 'e-mails', recentemente juntos aos autos pelo Ministério Público, e que o arguido alega são essencialmente para discutir, em novembro e dezembro de 2011, honorários para aceitar "o patrocínio de determinadas causas" e que, em seu entender, evidenciam que "não há, nunca houve um acordo de corrupção anterior a 05 de setembro de 2011", ao contrário do que alega a acusação.

\tA 'operação Fizz' assenta na acusação de que o ex-presidente da Sonangol Manuel Vicente corrompeu o ex-procurador Orlando Figueira para que este arquivasse dois inquéritos, um deles relacionado com a aquisição de um imóvel de luxo no Estoril em 2008, por 3,8 milhões de euros.

\tApós a separação da matéria criminal que envolve o ex-vice-presidente angolano, o processo tem como arguidos Orlando Figueira, o engenheiro Armindo Pires e o advogado Paulo Blanco.

\tO ex-procurador do DCIAP está pronunciado por corrupção passiva, branqueamento de capitais, violação de segredo de justiça e falsificação de documentos, o advogado Paulo Blanco por corrupção ativa e branqueamento de capitais, violação de segredo de justiça e falsificação de documento em coautoria e Armindo Pires por corrupção e falsificação de documento, também em coautoria.

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