ONU denuncia campanha hostil contra forças de paz
A tensão tem vindo a aumentar entre o governo do presidente Salva Kiir e a Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS), que tenta conter a violência que eclodiu em dezembro e se transformou em combates em grande escala entre a tribo de Kiir e forças rebeldes.
"Tem havido uma campanha negativa contra a UNMISS e a sua liderança no Sudão do Sul que parece sistemática e organizada", afirmou Herve Ladsous, chefe da missão de paz da ONU, citado pela agência de notícias francesa AFP.
O responsável apontou o dedo à "hostilização" de funcionários da ONU, que chega ao ponto de colocar as suas vidas em risco.
"[Tal] não é sustentável ou aceitável", realçou.
E reforçou: "Sob estas condições temos que considerar reduzir ainda mais o nosso pessoal e limitar as nossas atividades ao mínimo absoluto, relacionado com a proteção, monitoramento de direitos humanos e apoio à assistência humanitária".
"Gostaria de exortar o Conselho de Segurança e seus membros para intervir em nome da UNMISS, condenar esta campanha e solicitar ao Presidente Kiir para condená-la imediatamente e emitir instruções para as autoridades nacionais e locais e quadros do SPLM [Movimento de Libertação do Povo do Sudão, partido que está no poder] a pará-la", afirmou.
O embaixador do Sudão do Sul junto da ONU, Francis Deng, respondeu que o presidente Kiir "está muito grato pelo papel desempenhado pela ONU no país", acrescentando que o Sudão do Sul "não tem nada a ganhar e tudo a perder ao alienar as Nações Unidas".