A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou esta segunda-feira improvável que o surto de infeções pelo vírus Monkeypox se transforme numa pandemia como a covid-19, apesar do rápido aumento de casos no último mês.."Não acreditamos que este surto seja o início de uma nova pandemia porque é um vírus já conhecido, temos as ferramentas para controlá-lo e a nossa experiência diz-nos que não é transmitido tão facilmente em humanos como em animais", adiantou a especialista em varíola da OMS Rosamund Lewis..Até agora, desde que o Reino Unido reportou o primeiro caso confirmado de Monkeypox em 7 de maio, a OMS recebeu um total de 257 notificações de casos confirmados em laboratório e cerca de 120 suspeitos distribuídos por 23 países..Segundo anunciou esta segunda-feira a Direção-Geral da Saúde, o número de casos confirmados de Monkeypox subiu para 96 em Portugal e todos os infetados se mantêm em acompanhamento clínico e estáveis..Numa sessão de esclarecimento nas redes sociais da organização, Rosamund Lewis alertou que, embora o risco de representar uma grave emergência de saúde pública seja baixo, a situação é "incomum", alegando que o vírus está a propagar-se rapidamente em países onde não é endémico..A perita do programa de emergências de saúde da organização com sede em Genebra instou ainda as autoridades a trabalhar em conjunto com a OMS para implementar as medidas necessárias para ajudar a conter o surto..De acordo com Rosamund Lewis, dos 257 casos confirmados, nenhum está relacionado com viagens a países onde a doença é endémica na África Central e Ocidental e, por isso, os especialistas continuam a investigar a origem do surto..Em Portugal, segundo avançou esta segunda-feira a DGS, a maioria das infeções foram notificadas, até à data, em Lisboa e Vale do Tejo, mas também há registo de casos nas regiões Norte e Algarve..Todas as infeções confirmadas são em homens entre os 20 e os 61 anos, tendo a maioria menos de 40 anos, que se mantêm em acompanhamento clínico..A DGS aconselha as pessoas que apresentem lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, a procurar aconselhamento médico..Reforça ainda as medidas a implementar perante sintomas suspeitos, apelando às pessoas para se absterem de contacto físico direto com outras pessoas e de partilhar vestuário, toalhas, lençóis e objetos pessoais enquanto estiverem presentes as lesões cutâneas, em qualquer estadio, ou outros sintomas..Os sintomas duram entre duas e quatro semanas, começam com febre, dores de cabeça, dores nas costas, fadiga e progridem para inchaço nos nódulos linfáticos e irritação cutânea.