O mundo sofisticado da cerâmica na Nova Zelândia foi abalado por uma polémica, após ter sido conhecida uma proposta para organizar um workshop de fabrico de vibradores..A agora antiga presidente da Associação de Oleiros de Wellington, Nicole Gaston, propôs organizar a oficina com a artista mexicana Iza Lozano..Segundo Nicole, os brinquedos sexuais de argila têm várias vantagens em relação aos de látex, porque podem ser facilmente aquecidos e esterilizados e não contêm qualquer substância química para o corpo.."Algumas das obras de cerâmica mais antigas são falos", disse a ceramista, para quem "as pessoas fazem isto há milhares de anos"..A proposta foi recebida com hostilidade, e esta funcionária, de 41 anos, viu-se forçada a renunciar à presidência, voluntária, da associação de oleiros.."Alguns membros da comissão disseram que era desnecessariamente provocativo, outros que não era apropriado", contou.."Houve uma resposta muito reacionária e escandalizada, a dizer: 'Como podemos falar sobre sexo? Devíamos ter vergonha'", referiu a ceramista..De acordo com Nicole, muitos homens consideram castradora a ideia de que mulheres possam fazer vibradores..Deixou de lado a ideia do workshop para o fabrico de vibradores em cerâmica quando começou a receber ataques pessoais na Internet, nomeadamente nas redes sociais.."Vi no Reddit que alguém disse que eu era louca, e pensei: 'posso ser um pouco direta, mas não acho que esteja louca'", insistiu..Em 2018, a ceramista recebeu um prémio pelo trabalho intitulado "Vagina Teapot" ("Bule de chá Vagina" em tradução livre)..Nicole Gaston confessa ter ficado surpreendida com a controvérsia e explicou que, na verdade, a ideia era apresentar um projeto de empoderamento positivo sobre o sexo..Alguns membros da associação apoiaram-na, como Vivian Rodríguez, que reconheceu que a oficina colocaria à prova as ideias moralistas de algumas pessoas.."Será um excelente caminho para aqueles que desejam explorar diferentes tipos de expressão criativa, identidade de género e empoderamento sexual através da arte", alegou, numa carta à comissão de gestão da associação, que não respondeu aos pedidos para comentar este caso.