Oficial renuncia à carreira militar devido ao assédio de Trump após depoimento
Alexander Vindman, oficial militar colocado na Casa Branca, que testemunhou no Congresso contra Donald Trump durante o processo de destituição deste, abandonou as fileiras, com o seu advogado a denunciar o "assédio" de que foi vítima desde então.
O seu advogado, David Pressman, ao fazer o anúncio esta quarta-feira em comunicado, afirmou: "Depois de 21 anos de serviço, o tenente-coronel Alexander Vindman retira-se hoje, depois de estar claro que o seu futuro no seio da instituição, que serviu conscienciosamente, será sempre limitado".
Pressman denunciou também que "através de uma campanha de assédio, intimidação e represálias, (Donald Trump) tentou forçar o tenente-coronel Vindman a escolher: entre obedecer à lei e agradar a um Presidente; entre honrar o seu juramento e proteger a sua carreira; entre proteger a sua promoção e a dos seus companheiros de armas".
No outono de 2019, Alexander Vindman tinha dado um dos depoimentos-chave perante a comissão de inquérito do Congresso sobre uma conversação telefónica entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy.
Durante este telefonema, Trump teria condicionado o fornecimento de uma ajuda militar de Washington a Kiev à realização de um anúncio feito pelos dirigentes ucranianos de uma investigação ao seu rival democrata, Joe Biden.
Este foi o ponto central do procedimento que valeu ao multimilionário do imobiliário a acusação por abuso de poder e obstrução ao Congresso.
Depois do encerramento do processo no Senado, Trump demitiu Alexander Vindman do Conselho de Segurança Nacional, onde tinha assento enquanto conselheiro sobre os assuntos europeus.
Alexander Vindman, nascido na Ucrânia e chegado aos EUA com a idade de três anos, deveria ser promovido a coronel este ano, mas a promoção estava ameaçada por um veto de Trump, segundo os meios dos EUA.