Oeiras permite um futuro aos estudantes
Os tempos são de angústia para muitas famílias que não tiveram a sorte de nascer ricas, que todos os meses trabalham para fazer face às suas despesas e que fazem contas às suas prioridades. Muitas destas famílias têm filhos com talento, com capacidade, com mérito, empenhados, dedicados, mas num caminho inglório para um futuro hipotecado por falta de capacidade financeira e de oportunidades. Há jovens que abandonam os estudos para ingressar no mercado de trabalho para poderem ajudar os pais, que não podem pagar um curso superior, nem tão pouco um quarto de 600 ou 700 euros - e por aqui não resisto em entrar no tema sobre o qual tenho feito bandeira, nos últimos tempos, para uma breve insistência: o debate público sobre o problema da Habitação continua desfocado do essencial. É preciso construir casas para os pobres e classe média, em renda apoiada e renda acessível, nestas duas modalidades. É preciso que haja terrenos disponíveis para Habitação Pública.
Bem, mas não me vou alongar, nem roubar espaço para o que hoje escrevo, até porque já tive oportunidade de aqui escrever sobre Habitação, em março, e por isso retomo o foco nos jovens, nos estudantes e nas suas famílias, na dura realidade que enfrentam, ora com propinas para pagar, ora com quartos a preços astronómicos para dormirem. Muitos terminam o Ensino Secundário e desistem. Perdem eles, perdemos todos.
E enquanto o País assiste impávido e sereno a esta realidade, em Oeiras damos oportunidade a que os jovens construam o seu futuro.
Definimos como objetivo, em 2017, ter em Oeiras os melhores alunos do País. Estamos a seguir esse objetivo em diversos níveis, mas um dos projetos de que mais me orgulho é o da universalização do acesso ao Ensino Superior.
Este programa é uma poderosa ferramenta de combate às desigualdades sociais no acesso à universidade, garantindo que qualquer jovem de Oeiras, desde que seja essa a sua vontade, possa prosseguir estudos superiores e obter qualificações, com vista a um futuro mais próspero e de cidadania ativa.
Em Oeiras, os rendimentos familiares não são um obstáculo à prossecução de estudos. O acesso às bolsas é universal para todos os que delas necessitem.
Qualquer jovem que manifeste vontade de estudar e prove que não tem possibilidades financeiras para isso, tem essa oportunidade porque nós oferecemos. Sem numerus clausus, sem limites: das 33 bolsas atribuídas em 2017, passámos para cerca de 1000 no corrente ano letivo. Desde o início deste programa, já 2313 jovens beneficiaram deste apoio.
É uma revolução silenciosa aquilo que temos feito em matéria de igualdade de oportunidades.
É, pois, com satisfação que fomos reconhecidos como Autarquia do Ano, no âmbito das políticas de Educação.
É exatamente pela aposta nestas políticas que dizemos que a obra maior não diz respeito às obras que marcam o território, diz respeito à esperança que é possível existir em Oeiras e às perspetivas de futuro que continuamos a abrir.
Presidente da Câmara Municipal de Oeiras