O maior partido da oposiçaõ, o PSD, foi o primeiro partido a reagir à proposta de Orçamento para 2023. Através do líder parlamentar, Joaquim Miranda Sarmento, os sociais democratas consideraram que o documento tem "poucas novidades" e não contribui para o crescimento económico do país...PSD diz que proposta tem "poucas novidades" e não implica crescimento económico .De forma mais ou menos incisiva, toda a oposição, da esquerda à direita, refletiu esta posição. Dos partidos com assento parlamentar, só mesmo o PS se manifestou favorável ao documento, afirmando que este reflete "dá resposta aos problemas e preocupações dos portugueses" e reflete princípios de "estabilidade e prudência" (mais sobre a posição socialista no fim deste artigo)..O Chega considerou esta segunda-feira que a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano é "francamente insuficiente" e "não serve de todo os interesses" dos portugueses.."Face ao atual contexto e conjuntura económica e social que o país atravessa parece-nos um orçamento francamente insuficiente, principalmente ao nível fiscal, onde as mexidas que o Governo propõe não refletem minimamente o que é necessário e que o Chega tem reivindicado", afirmou o deputado Filipe Melo..Em declarações aos jornalistas depois da entrega e apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2023, o deputado do Chega defendeu que o Governo apresentou um "pacote de medidas que terá um impacto reduzido, circunstancial no próximo ano, a partir de meados do ano, no segundo semestre, com as alterações fiscais que propõe ao nível do IRS".."Mas no concreto, no imediato, para fazer face a estas dificuldades que as famílias portuguesas atravessam, nada de novo, mais do mesmo", criticou, considerando que "este não é um orçamento de crescimento, é um orçamento de estagnação" e que "não serve de todo os interesses da população portuguesa"..Questionado sobre o sentido de voto da bancada do Chega na votação do orçamento na generalidade, Filipe Melo afirmou que os deputados deverão "não aprovar"..A Iniciativa Liberal (IL) considerou esta segunda-feira que o Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) proposto pelo Governo "é mau" e que a única estabilidade que apresenta é na estagnação e sobrecarga fiscal, sem "compromisso efetivo" com famílias e empresas..A deputada da IL Carla Castro considerou que este "não é o orçamento que o país precisa, não é o orçamento de crescimento", sendo "importante descascar todas as camadas de maquilhagem que o governo põe"..Questionada sobre o sentido de voto dos liberais, Carla Castro respondeu que "um orçamento que nasce socialista dificilmente vira liberal", lamentando que se tenha concretizado "o pior" e insistindo que "este orçamento é mau". O orçamento que dizem que é de estabilidade, confiança e compromisso, a Iniciativa Liberal tem a dizer que estabilidade sim, mas na estagnação e na sobrecarga fiscal" criticou..Quanto à confiança, a liberal destacou que "continua a ser delapidada a confiança do governo com os portugueses" e que "não há um compromisso efetivo nem com as famílias nem com as empresas"..O BE considerou esta segunda-feira desequilibrado o Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) proposto pelo Governo, criticando o facto de deixar que "os trabalhadores percam um mês de salário por ano" e a "borla fiscal inédita" dada aos patrões..Numa primeira reação ao documento, a deputada do BE Mariana Mortágua questionou qual "é a estabilidade das pessoas que veem os juros da habitação a subir e que não encontram qualquer resposta neste orçamento" e "onde está o compromisso do Governo com a recuperação dos rendimentos quando os trabalhadores, em particular os funcionários públicos, estão a perder mais de um mês de salário por ano que não é compensado" nesta proposta.."O Governo fala de confiança e perguntamos que confiança podem os pensionistas ter num Governo que atualizará a partir de 2023 apenas metade da pensão a que os pensionistas tinham direito. Este é um orçamento que determina o empobrecimento de quem trabalha", criticou.."O Governo fala-nos sempre de contas certas quando quer limitar a atualização salarial, quando quer cortar direitos dos pensionistas, quando quer limitar o investimento estrutural nos serviços públicos, mas as contas certas já não vigoram quando aprova um benefício fiscal, uma borla fiscal inédita em Portugal para os patrões", condenou..O PCP considerou esta segunda-feira que a proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) apresentada pelo Governo "compromete o futuro" do país e que, como está, "só pode merecer a oposição" do partido.."Não é um Orçamento que dá confiança para o futuro, muito pelo contrário, é um Orçamento que compromete o futuro", sustentou a líder parlamentar comunista, Paula Santos, na Assembleia da República, pouco depois da apresentação, pelo ministro das Finanças, da proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano.."Da parte do PCP, este Orçamento só pode merecer a nossa oposição, o nosso combate," acrescentou..A dirigente comunista disse que o partido vai "intervir com respostas concretas" para resolver os problemas com que o país está confrontado, durante a discussão no parlamento da proposta do executivo socialista..O documento que Fernando Medina apresentou durante a tarde de esta segunda-feira "conduz ao agravamento do empobrecimento" da população portuguesa, advogou Paula Santos, e mantém as "injustiças fiscais em que os beneficiados são os grupos económicos e o capital".."Contas certas, essas mesmas só para os grupos económicos", já que esta proposta "não dá a resposta necessária" ao cenário de "agravamento das condições económicas e sociais", nomeadamente o controlo e fixação de preços máximos em bens essenciais e uma resposta à crise na habitação, concluiu a deputada..A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, considerou esta segunda-feira que o Orçamento do Estado para o próximo ano "não é um orçamento de viragem para o país" e apresenta medidas "insuficientes" para fazer face aos efeitos da subida da inflação..A deputada única do PAN considerou que o Governo "apresenta medidas que são insuficientes para fazer face à inflação que tem galopado e tem atingido famílias e empresas".."Por outro lado, apresenta uma perspetiva muito otimista, irrealista até, e mais uma vez aqui o Governo a querer ser o bom aluno de Bruxelas e a fazer brilharetes com excedentes orçamentais, ao invés de fazer uma aposta nos serviços essenciais, que vão desde o Serviço Nacional de Saúde, à habitação, à necessária revisão dos escalões do IRS, mas que acompanha de forma real aquilo que é a necessidade dos aumentos salariais das famílias e dos mais jovens, mas também na transição climática que se exige a este momento", defendeu..Sobre o seu sentido de voto na votação na generalidade da proposta de orçamento, a deputada única afirmou que, "se efetivamente se mantiver tal como está o orçamento, o PAN não irá acompanhar favoravelmente"..O deputado único do Livre, Rui Tavares, afirmou esta segunda-feira que, "a não ser que haja uma mudança estratégica" do Governo no Orçamento do Estado para 2023, o partido não poderá votar favoravelmente o documento na generalidade.."Evidentemente, com estratégias diferentes, isso não permite um voto favorável à partida, a não ser que a estratégia fosse muito alterada", afirmou Rui Tavares, em declarações aos jornalistas, em reação ao Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) que foi entregue no parlamento esta segunda-feira..Questionado sobre se já tem uma posição fechada quanto à votação do documento na generalidade, Tavares apontou para a diferença de estratégias entre o Governo e o Livre: "Creio que, quando há duas estratégias diferentes, e o ano passado também houve duas estratégias diferentes, dificilmente o voto seria a favor. Evidentemente que a discussão deve ser feita no parlamento", respondeu..O deputado salientou também que está consciente que o PS tem maioria absoluta na Assembleia da República..O PS defendeu esta segunda-feira que a proposta de Orçamento do Estado para 2023 traduz estabilidade, por continuar a apostar no aumento dos rendimentos "dos mais vulneráveis e da classe média", mas também prudência face à conjuntura internacional.."Este é o Orçamento do Estado que dá resposta aos problemas e preocupações dos portugueses", afirmou a vice-presidente da bancada do PS Jamila Madeira, em declarações aos jornalistas no parlamento, em reação ao documento entregue e apresentado pelo Governo esta segunda-feira..A dirigente socialista salientou que a proposta incorpora "um diálogo histórico conseguido com os parceiros sociais" em sede de concertação social (apenas a CGTP não assinou), referindo-se ao acordo de rendimentos e competitividade assinado no domingo.."É também um orçamento mais forte e mais robusto sem deixar ninguém para trás, traduz estabilidade, mas também prudência dada a conjuntura internacional. É feito com a preocupação de manutenção dos rendimentos dos mais frágeis e mais vulneráveis, mantendo Portugal na rota de convergência com a União Europeia", afirmou.