OE2023: Costa faz analogia entre corrida de estafetas e Segurança Social sustentável
O secretário-geral do PS fez esta segunda-feira uma analogia entre uma corrida de estafetas e a sustentabilidade da Segurança Social e considerou que os partidos à direita calaram-se quando o Governo demonstrou que é possível aumentar os rendimentos em cerca de 20%.
"Temos hoje uma Segurança Social mais sólida do que tínhamos em 2015, mas a nossa missão e a nossa responsabilidade não é garantir só a sustentabilidade da Segurança Social para quem hoje já é pensionista", disse António Costa durante uma sessão de apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) a militantes e simpatizantes do PS, em Lisboa.
E prosseguiu: "A nossa missão não é só é garantir a sustentabilidade da Segurança Social para minha geração, que daqui a uns anos vai ser pensionista, é também garanti-la para a geração dos meus filhos e dos filhos dos meus filhos para quem a Segurança Social tem de continuar a ser sustentável".
O líder socialista fez então uma analogia entre a sustentabilidade do sistema de Segurança Social, que o Governo assegurou desde 2015, e uma corrida de estafetas.
"Como numa estafeta, cada geração leva um testemunho que passa à geração seguinte, essa passará à geração seguinte e aqui a obrigação que cada um de nós tem é a de receber o testemunho da geração anterior e passar à geração seguinte um testemunho melhor do que aquele que recebeu, é para isso que governamos desde 2015", afirmou.
António Costa, que é primeiro-ministro desde 2015, assegurou que este é um dos objetivos do executivo, que vai levar "até outubro de 2026".
Costa disse esperar que nessa altura o PS volte "a merecer a confiança dos portugueses para garantir mais anos de progresso e sustentabilidade para Portugal".
Ao longo do discurso de quase 30 minutos, o líder socialista foi repetindo aquilo que há uma semana o ministro das Finanças, Fernando Medina, apresentou ao país, mas pelo meio deixou duras críticas à direita.
Colocar o "peso dos salários na média de riqueza nacional da União Europeia" era um desígnio socialista só possível com uma subida em média dos salários na ordem dos 20%.
"Quando dissemos isto na altura da campanha eleitoral, a direita disse-nos que éramos irrealistas, quando repetimos depois da campanha, disseram que éramos irresponsáveis e, finalmente, quando assinámos, quer com a UGT, quer com as confederações patronais, este objetivo, aí calaram-se e disseram que não fazíamos mais do que a nossa obrigação", completou.
Este foi a primeira de várias sessões por todos os distritos do país para explicar os objetivos da proposta orçamental aos militantes do PS. O Orçamento de Estado para 2023 será votado na generalidade no parlamento no próximo dia 27 de outubro.
O secretário-geral do PS insistiu na necessidade de "preservar a estabilidade financeira" do país, considerando que seria impossível apoiar empresas e famílias em 2022 com a dívida que herdou do último governo social-democrata.
"Estamos determinados, não obstante todo o esforço que estamos a fazer para apoiar empresas e famílias, a continuar a reduzir a nossa dívida", assinalou o líder do PS e primeiro-ministro.
António Costa assumiu o objetivo da redução da dívida pública perante os militantes e simpatizantes socialistas.
"É muito importante nestes tempos nós conseguirmos preservar a credibilidade internacional do nosso país e conseguirmos preservar a estabilidade financeira do nosso país", defendeu.
Costa, que é o primeiro-ministro em exercício desde 2015, explicou à plateia que o ouvia no cine-teatro Capitólio que "Portugal tem uma dívida grande" e no momento atual, de aumento da inflação, "os bancos centrais aumentam significativamente as taxas de juro". Daí a necessidade de prosseguir uma política de redução da dívida pública reduzir os encargos do Estado.
Os recursos que o Estado tem não são "desperdiçados no serviço da dívida e pagamento de juros" e podem ser canalizados para melhorar "o Serviço Nacional de Saúde, a escola pública, as prestações sociais", explicitou.
"Estas medidas de apoio social que estamos a dar... Não teríamos condições de dar se estivéssemos a pagar as taxas de juro que pagávamos quando nós chagamos ao Governo", concluiu António Costa.