O secretário-geral da NATO afirmou esta segunda-feira que o Ocidente "não tem alternativa" a não ser continuar a apoiar a luta da Ucrânia contra a Rússia, face às dúvidas sobre o apoio dos EUA a Kiev. "Acontece muitas vezes nas guerras que quando as pessoas percebem que isto pode durar muito tempo, isso é exigente, isso é difícil", disse Jens Stoltenberg à AFP numa entrevista na sede da NATO em Bruxelas. "Não temos alternativa. A alternativa, deixar o presidente Putin vencer, é uma tragédia para a Ucrânia e é perigosa para nós.".Os Estados Unidos já disponibilizaram mais de 40 mil milhões de dólares (cerca de 36,6 mil milhões de euros) em ajuda à Ucrânia desde a invasão da Rússia e comprometeram-se a apoiar Kiev pelo tempo que for necessário. Mas a oposição dos republicanos radicais pôs em causa o futuro da assistência dos EUA. "Apesar das dificuldades, apesar da falta de progressos, de conquistas ou de ganhos territoriais, precisamos de continuar a apoiar a Ucrânia", prosseguiu Stoltenberg..Nesse sentido, o secretário de Estado norte-americano partiu para a Europa com o objetivo de angariar apoios para a Ucrânia, uma viagem durante a qual poderá cruzar-se com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov..Na agenda de Antony Blinken estará o encontro de ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, marcada para hoje e amanhã em Bruxelas, mas também a reunião da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, que terá lugar esta quarta-feira na Macedónia do Norte. No encontro da NATO, Blinken falará sobre o apoio dos EUA à Ucrânia nos próximos meses, com Kiev a prosseguir uma contraofensiva numa altura em que grande parte da atenção global se deslocou para o Médio Oriente. "Prevemos que ele se envolverá numa boa discussão com os nossos colegas da OSCE sobre o apoio à Ucrânia", acrescentou James O"Brien, o principal diplomata dos EUA para a Europa..Lavrov terá pedido autorização para participar neste encontro da OSCE, da qual a Rússia faz parte - a Polónia, que recebeu a reunião do ano passado, não permitiu a participação do líder da diplomacia de Moscovo..A Rússia terá mudado vários dos seus sistemas de mísseis S-400 de Kaliningrado para a Ucrânia, de forma a compensar as perdas que sofreu no terreno. Uma mudança que enfraquece assim as defesas aéreas de Moscovo junto às fronteiras com a NATO..Esta informação foi avançada no domingo pelo Ministério da Defesa britânico, que menciona "movimentos excecionais de transporte aéreo russo" em novembro que indicam que Moscovo terá movido os S-400 de Kaliningrado para "preencher perdas recentes na frente ucraniana".."Como o seu porto mais ocidental e que faz fronteira em três lados com Estados-membros da NATO, a Rússia vê Kaliningrado como uma das suas zonas estratégicas mais sensíveis", escreveu o Ministério da Defesa do Reino Unido, acrescentando que esta retirada mostra o que "o prolongar da guerra causou em algumas das principais capacidades modernas da Rússia".