Observatório defende manutenção de modelo de polícias

O presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT), Rui Pereira, considerou hoje que devem ser mantidas as atuais atribuições e competências das forças e serviços de segurança para garantir a estabilidade.
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"O OSCOT tem entendido que é necessário garantir a estabilidade das principais forças e serviços de segurança -- GNR, PSP, PJ e SEF -, cujas atribuições e competências devem ser mantidas no contexto atual", disse à agência Lusa o ex-ministro da Administração Interna, que há um ano assumiu a presidência do OSCOT.

Em respostas escritas enviadas à agência Lusa, Rui Pereira defende a manutenção do atual modelo de organização das forças policiais, reagindo ao recente debate sobre a criação de uma polícia única em Portugal.

Na semana passada, a direção nacional da PSP e o Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna (ISCPSI) realizaram um seminário, onde foi defendido uma polícia única e demonstrado que a fusão da PSP, GNR e SEF representaria uma poupança de pelo menos 145 milhões de euros por ano.

Também um estudo recente defende que a fusão da PSP, GNR e Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) representaria "ganhos relevantes no plano económico e financeiro".

Assim como defende Rui Pereira, o atual Governo não tenciona fazer mudança na segurança interna, tendo o secretário de Estado Adjunto do ministro da Administração Interna já afirmado que atual modelo de organização das polícias está estabilizado e "mudanças radicais neste setor são sempre garantia de resultados desastrosos".

Na entrevista à agência Lusa, por ocasião do primeiro ano como presidente do OSCOT, o ex-ministro da Administração Interna do Governo de José Sócrates disse também que "é de esperar mais manifestações", caso a situação de recessão e o nível de desemprego se agravem.

Rui Pereira destacou "as provas de civismo e maturidade democrática" que os portugueses têm dado nas manifestações, esperando que as manifestações continuem "sem recurso à violência".

O professor universitário considerou igualmente que o comportamento das forças de segurança tem sido correto nas manifestações que se têm realizado em Portugal.

Ressalvando que não se pode estabelecer relação entre desemprego e criminalidade, Rui Pereira afirmou que "a experiência de vários países ensina que as grandes crises económicas e sociais potenciam aumentos da criminalidade".

Para o ex-ministro, entre os crimes que mais podem aumentar com a crise, estão a criminalidade económica e os crimes contra as pessoas, como por exemplo os maus tratos e violência doméstica, devido aos problemas sociais provocados pela recessão.

Rui Pereira regressou há um ano à liderança do OSCOT, organização que fundou em 2004 e que tem como objetivo a sensibilização do público para os temas da segurança.

Em jeito de balanço do primeiro ano à frente do observatório, o ex-governante disse que procurou dar continuidade ao trabalho desenvolvido durante as presidências anteriores, tendo desenvolvido projetos de ensino e investigação em parcerias com várias universidades, tendo inaugurado uma espaço nas instalações da Universidade Fernando Pessoa, no Porto.

Para o futuro, o OSCOT tem agendado a realização de um congresso e o lançamento de uma revista.

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