Obras vão avançar em 18 blocos do Vale da Amoreira
"Estamos a preparar um conjunto de obras nos 18 edifícios que são totalmente propriedade do IHRU", adiantou Vítor Reis, em declarações à Lusa.
Este bairro do concelho da Moita tem 60 blocos, mas a maior parte são "frações vendidas" e nessas o IHRU "não pode intervir, esclareceu o presidente, justificando que as obras apenas digam respeito a 18 edifícios.
"O Vale da Amoreira é um grande bairro do IHRU onde devia, de facto, ter sido preparado um plano de obras de recuperação do edificado. Estou a prepará-lo agora", observou hoje o presidente do IHRU.
O Vale da Amoreira foi um dos complexos habitacionais alvo da iniciativa "Bairros Críticos", lançada em 2005 pelo Governo socialista para intervir ao nível da reabilitação e reinserção urbanas.
O IHRU deu recentemente o programa por terminado, por falta de verbas e de resultados.
Vítor Reis considera até que este bairro da Moita está pior do que estava "há seis anos", nomeadamente com situações de vandalismo nas habitações que vão implicar gastar 20 mil euros na rua recuperação.
"Está muito pior, em tudo: em termos de degradação do edificado, da cobrança de rendas, das dívidas dos arrendatários, das ocupações ilegais, do vandalismo... Há casas que foram vandalizadas de tal forma que temos de gastar 20 mil euros para as reabilitar", esclareceu Vítor Reis.
Quanto ao bairro da Cova da Moura, outro dos que foi alvo do projeto piloto "Bairros Críticos", o presidente do IHRU garantiu hoje à Lusa que o programa "não incluía a vertente de regeneração urbana".
"A intenção inicial da Câmara da Amadora era demolir o bairro, que foi construído clandestinamente. Com o projeto Bairros Críticos, a autarquia comprometeu-se a fazer um Plano de Pormenor, que está a fazer. O projeto bairros críticos não era para fazer regeneração urbana", observou o responsável.
Vitor Reis alertou, aliás, que "o IHRU não cancelou o trabalho que a Câmara tem de fazer, que é o plano de pormenor".
O projeto de reabilitação e reinserção urbanas 'Bairros Críticos' foi lançado em 2006 pelo Governo socialista nos três bairros e desenvolvido por sete ministérios, pelas autarquias abrangidas e por organizações locais, com a participação das populações.