Óbito/Helena Almeida: Perda irreparável para a arte portuguesa - Marina Bairrão Ruivo
A artista "era das mais importantes do panorama do século XX e início do século XXI", em Portugal, já que tinha uma obra "extremamente original", disse à Lusa Marina Bairrão Ruivo.
O Museu Arpad Szenes - Viera da Silva, acolheu este ano, de 24 de maio ao passado dia 09, a mais recente exposição de Helena Almeida, "O outro casal", conjugando o seu trabalho com o marido, o arquiteto e escultor Artur Rosa, com a obra de Arpad Szenes e Maria Helena Vieira da Silva.
A também curadora de arte sublinhou a característica "multifacetada" da obra da artista plástica, que não tem apenas a ver com a representação do corpo, mas também com a "fotografia intervencionada, com o desenho intervencionado e com a escultura".
Marina Bairrão Ruivo disse que também não se deve esquecer "a sua 'performance'", sublinhando que se trata de uma mulher "que marcou, de facto, a arte contemporânea portuguesa".
A diretora do Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva disse à Lusa que recebeu a notícia da morte da artista com "enorme tristeza". E enfatizou o facto de a última exposição desta artista plástica, realizada durante a sua vida, se ter realizado na fundação, em Lisboa.
"O outro casal" era refletia esse "casal de grande cumplicidade, tal como no casal Arpad Szénes-Vierira da Silva", disse Marina Bairrão Ruivo.
"Tivemos o privilégio de ter os dois artistas na exposição e, portanto, é com particular emoção que tenho de gerir a notícia" da morte da artista, acrescentou.
O cariz multifacetado da artista e o seu percurso "original e de extrema importância" foram também sublinhados por Marina Bairrão Ruivo.
Nascida em Lisboa, em 1934, Helena Almeida criou, a partir dos anos 1960, uma obra multifacetada, sobretudo na área da fotografia, tornando-se uma figura destacada no panorama artístico contemporâneo.
Em Madrid, a galeria Helga de Alvear, inaugurou a mostra "Dentro de mim", no passado dia 20, integrada na mostra "Cultura Portugal" em Espanha.
A obra de Helena Almeida está presente em coleções portuguesas e internacionais como Coleção Berardo, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Serralves, Porto, Centro de Artes Visuales, Fundación Helga de Alvear, Cáceres, Fundación ARCO, Madrid, Hara Museum of Contemporary Art, Tóquio, MEIAC - Museo Extremeno e Iberoamericano de Arte Contemporáneo, Badajoz, Museu de Arte Contemporânea de Barcelona, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid, MUDAM - Musée d'Art Moderne Grand-Duc Jean, Luxemburgo, e Tate Modern, Londres.