Obama vai atacar de frente a crise económica

Primeira conferência de imprensa após eleição de Obama coincidiu com más notícias no sector automóvel e aumento do desemprego. <br />
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No dia em que os americanos ficaram a saber que o desemprego atingiu a taxa mais alta dos últimos 14 anos e a indústria automóvel anunciou perdas históricas, Barack Obama anunciou que irá "atacar de frente" a crise económica pondo em prática um plano de ajuda à classse média logo que tome posse como novo Presidente dos EUA. Mas isso só irá acontecer a 20 de Janeiro. Por isso, até lá, as decisões terão de passar pela Administração Bush, cuja colaboração Obama agradeceu e elogiou.


Na primeira conferência de imprensa desde que venceu as presidenciais americanas de dia 4, Obama começou por sublinhar que "estamos perante os maiores desafios económicos das nossas vidas" E prometeu "tomar todas as medidas para diminuir a crise do crédito, ajudar as famílias da classe média e restabelecer o crescimento e a prosperidade". O colapso do sistema financeiro mundial, que levou à falência e nacionalização de vários banco, obrigou a Administração Bush a criar um plano de 700 mil milhões de euros destinado a salvar a economia.


Foi rodeado do seu vice-presidente, Joe Biden, e dos seus conselheiros económicos que Obama surgiu diante dos jornalistas em Chicago. "Precisamos de um plano de retoma para a classe média", disse o Presidente eleito depois de consultar um grupo de peritos que inclui o ex-secretário do Tesouro Larry Summers, o milionário Warren Buffet ou o ex-presidente da Reserva Federal Paul Volcker.


Empenhado em agir de forma "rápida, mas ponderada", Obama defendeu o alargamento dos subsídios de desemprego "para os funcionários que não conseguem colocação devido à actual crise financeira", no dia em que foi revelado que 6,5% dos americanos não têm emprego, a taxa mais elevada desde 1994. Outra prioridade da próxima Administração será a ajuda ao sector automóvel, que Obama classificou como a "espinha dorsal da indústria automóvel".


Ontem, a General Motors anunciou que pode ficar sem liquidez já no próximo ano. O sucessor de Bush pediu ainda à Administração Bush para acelerar a ajuda à modernização, já aprovada pelo Congresso". Os parlamentares americanos desbloquearam 25 mil milhões de dólares de garantias para empréstimos para ajudar os construtores a produzir automóveis de menor consumo. As três maiores empresas americanas do sector já exigiram que o Congresso duplique o valor dessa ajuda.


Com 74 dias pela frente até tomar posse, Obama disse estar empenhado em começar já a trabalhar para o país que o elegeu. E segunda-feira tem já encontro marcado com o Presidente Bush na Casa Branca. Mas a cooperação parece ter limites. Um porta-voz da presidência anunciou que Bush não conta com Obama na cimeira de dia 15 em que os líderes do G20 vão debater a crise em Washington.

Reunião. O Presidente eleito reuniu-se ontem com os seus conselheiros económicos para a transição, Neste grupo contam-se presidentes de algumas das mais importantes empresas e antigos membros da Administração Clinton e figuras de relevo no meio académico.


David E. Bonior, Professor, antigo congressista (1977/2003)
Warren E. Buffett, Multimilionário e empresário
Roel C. Campos, ex-director do órgão supervisor das bolsas
William Daley, Ex-secretário do Comércio; banqueiro
William Donaldson, Banqueiro
Penny Pritzker, Dir. do grupo Hyatt e da campanha de Obama
Roger Ferguson, Ex-'vice' da Reserva Federal
Jennifer Granholm, Governadora do Michigan
Anne M. Mulcahy, Presidente da Xerox
Richard Parsons, Presidente da Time Warner
Eric Schmidt, Presidente e director-geral do Google
Lawrence Summers, Professor, ex-sec. do Tesouro
Robert Reich, Académico, ex-secretário do Trabalho
Robert Rubin, Presidente do Citigroup; ex-sec. do Tesouro
Laura Tyson, Professora e economista
Antonio R. Villaraigosa, 'Mayor' de Los Angeles
Paul Volcker, antigo presidente da Reserva Federal

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