O viciado em ténis que marcava golos com bonecas da irmã
Quem o vê diariamente no pequeno ecrã, "sempre bem-disposto, a sorrir e a pular", está longe de imaginar que o apresentador e ator, apesar de já contar com 30 anos de carreira, ainda hoje fica tenso antes de pisar o palco ou entrar em direto. "Fica sempre muito nervoso, até é capaz de vomitar, sentir-se mal, porque tem um enorme medo de falhar e é muito curioso porque depois quando entra, brilha e já esqueceu esse medo. Mas a verdade é que todas as vezes em que entra em palco tem imensos nervos, porque não quer desiludir as pessoas", revela Catarina Furtado à Notícias TV.
Esta é uma das muitas particularidades daquele que é, garantem os amigos, "um animal de palco" e das poucas pessoas "que é exatamente fora do ecrã aquilo que é quando está no ar". "Se há um protótipo de boa pessoa, o João Baião é a pessoa certa para o exemplificar", garante Hugo Andrade, diretor de Programas da RTP1 e amigo de longa data. Catarina Furtado acrescenta: "O João tem uma energia só dele, que nasceu com ele. Há quem pense que ele bebe Coca-Cola a mais, ou algo do género. Não, o João não precisa de bebidas energéticas para dar aqueles pulos. Ele é mesmo assim."
O HUMBERTO COELHO DA DAMAIA
O relógio marcava as 15.30 de dia 8 de outubro de 1983, quando, na sua casa, na Buraca, arredores de Lisboa, Maria Luísa dava à luz João Manuel Baião dos Santos Ferraz. Duas horas depois nascia a sua irmã gémea, Maria do Rosário. Desde tenra idade que os dois irmãos mantiveram uma relação "muito cúmplice". "Fazíamos muitos jogos, andávamos muito de bicicleta, fazíamos teatros nas escadas do prédio, no quintal da nossa casa", recorda Maria do Rosário. A boa relação dos irmãos ficava melindrada quando João "roubava" os brinquedos da irmã. "Ele gostava era de me estragar as bonecas para fazer bolas de futebol. Gostava muito de jogar futebol e às vezes quando não havia bolas ia às minhas bonecas para lhes tirar as cabeças e acabava sempre por haver uma discussãozinha", ri-se. O futebol, de resto, sempre foi uma das paixões do rosto da SIC. Tânia Ribas de Oliveira sabe bem disso. "Ele era conhecido como o Humberto Coelho, porque quando jogava à bola na Damaia jogava na mesma posição que ele", conta.
João e a irmã estudaram sempre na mesma turma, até ao quinto ano, quando a rapariga chumbou. "Eu fiquei para trás, mas ele seguiu. E sempre foi muito bom aluno, muito aplicado", recorda Maria do Rosário. João não gostava era de se vestir em parelha com a irmã. "Ele detestava que andássemos de roupa igual. E andávamos. Eu de saia e ele de calção ou calças com o mesmo padrão", acrescenta.
Aos 23 anos, deixou a casa dos pais e passou a viver sozinho, mas manteve sempre uma ligação muito próxima com os progenitores. E ainda hoje se perde com os cozinhados da mãe. "Ele sempre foi um bom garfo. Gosta de um bom cozido à portuguesa, uma boa feijoada, entre outros. É fã da típica gastronomia portuguesa e a nossa mãe sabe cozinhar muito bem tudo isso. Ele adora", aponta a irmã gémea do apresentador. Tânia Ribas de Oliveira acrescenta: "Na tropa era conhecido como o lateiro, porque comia de tudo. Se lhe der arroz com atum ou sushi ou comida indiana ou chinesa ele come com igual agrado. Mas não gosta nada de queijo nem de feijão-verde."
Apesar de ser um bom garfo, não é grande fã de cozinhar, mas na memória do rosto de Agora Nós ainda permanece um bolo de chocolate que o amigo lhe fez há alguns anos: "Uma vez apareceu em minha casa à meia--noite, de surpresa, no dia do meu aniversário, com um dos melhores bolos de chocolate que alguma vez comi feito por ele", recorda, a rir.
E se hoje o rosto de Grande Tarde e Portugal em Festa, ambos da SIC, se apresenta em "boa forma física", muito o deve a Catarina Furtado que, em 2006, aquando da estreia de Dança Comigo na RTP1, que marcou o regresso de Baião ao pequeno ecrã após algum tempo de ausência, lhe sugeriu fazer dieta. "Quando ele começou no Dança Comigo achei que estava um bocadinho mais forte e dei-lhe umas dicas. A verdade é que fez a dieta, não voltou a ganhar peso e hoje sente-se ótimo com o peso que tem", desvenda a comunicadora, que foi também a responsável pela estreia do amigo no ginásio. "Ajudei-o a ir para o ginásio e a fazer dieta, mas não cheguei a ir a aulas com ele. E ele ganhou o gosto e nunca mais deixou o ginásio. Fiquei muito contente, muito orgulhosa disso", admite, entre risos.
HOMEM DE CAUSAS, ADORA MARIAH CAREY
Prestável e atencioso, sempre disponível para os amigos, é também um homem de causas. "Ele tem um grande sentido humanitário. Ajuda desinteressadamente, sem fazer publicidade àquilo que faz. Tem a noção de que com o prestígio e popularidade que tem, às vezes um bocadinho de carinho, de atenção, pode fazer toda a diferença na vida de pessoas que têm mais dificuldades", explica Hugo Andrade, que revela ainda uma perdição do amigo: os carros. "Ele gosta muito de conduzir, gosta de trocar de carro quando pode e curiosamente ao contrário das pessoas que gostam de automóveis, ele não gosta de trocar de carro pelos melhores, mas sim por um de que goste mais. Muitas vezes é pior do que aquele que ele já tinha. É muito porque gosta do design, do conforto", desvenda.
Homem ligado às novas tecnologias tem... seis telemóveis, dois de cada rede. E todos funcionam. "Ele lá saberá como se organizar, deve ter um toque diferente para cada um, mas o João é mesmo maluco por tudo o que são inovações tecnológicas", conta o responsável pela programação da RTP1.
Adepto de moda, faz coleção de ténis. "Tem uma coleção enorme, de diversas cores e feitios", acrescenta o mesmo amigo. E gosta de dar um pezinho de dança. "Dança com todo o tipo de música, basta meter qualquer coisa a tocar e ele dança", elogia Catarina Furtado. E tem uma diva: Mariah Carey. "Até já foi a um ou dois concertos dela lá fora", revela a irmã. "Ele é muito atento à música, há temas que ainda não saíram em Portugal e ele já tem o CD comprado no iTunes. Gosta de vozes negras do soul e do pop, boas vozes", aponta Tânia Ribas de Oliveira.
Benfiquista desde criança, tem por hábito ir ao estádio. "Gosta sempre de ver os jogos e quando não vai ao estádio, ou não vê em televisão, está sempre a mandar mensagens a perguntar se o Benfica ganha. Não é doente, mas gosta de mandar os seus bitaites e vibra um bocado com isso", remata Maria do Rosário Baião.