O verão pede as melhores séries de 2016

O ano de 2016 ainda só vai a meio e já há um lote de séries recheadas de qualidade. Aqui ficam as 10 melhores que não se devem perder
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Verão é mais do que sinónimo de praia, calor e bolas de Berlim. Também é sinónimo de mais tempo livre e quem diz tempo livre pensa em maratonas de séries. Se anda a perder alguma das que integram este top 10, está na altura ideal para começar.

Da comédia, ao drama, passando pelo mundo do crime e tocando em histórias verídicas. A dezena de séries que o site Vulture compila como as melhores da primeira metade deste ano oferece emoção para todos os gostos.

A Guerra dos Tronos (HBO)

Seis temporadas depois, A Guerra dos Tronos provou que não há batalhas invencíveis e a luta pelas audiências revelaram-se um sucesso crescente nos EUA, com a última temporada a quebrar a barreira dos oito milhões de pessoas coladas ao ecrã. Em Portugal, chegou a uma média de 60 mil pessoas.

David Benioff and D.B. Weiss, os criadores da série, afinaram a dinâmica dos episódios e colocaram esta temporada num patamar quase perfeito. Game of Thrones injetou na televisão uma complexidade mitológica, um ambicioso nível de produção e uma frescura visual, que descolou os fãs dos filmes de Hollywood e colou-os ao ecrã desta série de televisão, escreve a Vulture.

Better Call Saul (Netflix)

A personagem não é desconhecida e tinha tudo para dar certo. Saul Goodman apresentou-se aos fãs na série Breaking Bad. O público gostou tanto do seu jeito cómico para a advocacia que obrigaram a AMC a produzir uma série exclusiva da personagem.

Better Call Saul desenvolve-se em torno da relação conflituosa entre o advogado Jimmy McGil (o Saul de Breaking Bad) e o seu irmão mais velho, Chuck, que faz questão de lhe lançar oportunidades de trabalho para o controlar e embaraçar perante os clientes. No entanto, este não é apenas um papel vazio. À medida que a temporada vai avançando, o público consegue adivinhar a importância que Chuck terá na vida de Jimmy.

A série, agora no comando da Netflix, já tem uma terceira temporada prometida aos fãs.

Veep (HBO)

Quando o criador de Veep, Armando Lanucci, decidiu afastar-se da direção de produção da 5ª temporada temeu-se o pior para a afiada série de política americana. Mas tudo não passou de um valente susto para o público.

Veep regressou aos ecrãs com o mesmo génio de comédia da vice presidente dos Estados Unidos, Selina Meyer, e uma sublime narrativa que conduz o público ao grande final da temporada, onde se percebe que em política uma desgraça numa vem só, avança o site.

Na 5ª temporada, Selina Meyer enfrenta uma mão cheia de desafios para derrubar. Em causa está o seu trabalho na Casa Branca e a sua melhor arma será o jeito peculiar em lidar com os problemas - "Everybody's trying to get me out of here, but I won't let them" ("Estão todos a tentar tirar-me daqui, mas eu não vou deixá-los", diz Selina.

The Americans (FX)

Um enredo frio que não deixa espaço para emoções. É desta forma que a Vulture define a série The Americans. A história desenrola-se em torno de dois agentes da KGB - Elizabeth e Philip Jennings -, que se fazem passar por um pacífico casal americano a viver nos arredores de Washington.

Com o clima da Guerra Fria a servir de pano de fundo, as quatro temporadas que compõem a série mergulham o público num misto de sensações, com a ameaça de morte a pairar sobre cada episódio. Murros no estômago, cortes de respiração e bocas abertas em frente ao ecrã. É o que pode esperar depois de assistir a sucessivas mortes de personagens chave para a história.

O índice genial e dramático da série atingiu "níveis crónicos" nos últimos episódios da 4ª temporada, adianta a Vulture. As palavras que Philip Jennings diz à sua filha nos últimos momentos da 4ª temporada encaixam-se na perfeição para os fãs que respondem ao desafio de tentar adivinhar o que se segue - "You have no idea". Ou seja, ninguém sabe para onde The Americans pode seguir.

American Crime (ABC)

O que será melhor para as crianças? É o que as quatro principais mulheres de American Crime - Felicity Huffman, Lili Taylor, Regina King, and Hope Davis - tentam descobrir, ao mesmo tempo que asseguram a sua própria proteção.

A série que se tem revelado um verdadeiro sucesso de audiência concentra-se no rapto de uma criança e aproveita o gancho para reanimar o debate em torno de temas sensíveis quando se foca o problema na perspetiva das crianças - a homofobia, cyberbullying e violência com armas de fogo.

Numa lógica que coloca sempre o papel da criança no epicentro da discussão, John Ridley, o criador da série, descose um trama que revela ao público jogo psicológico a que as crianças, em situações semelhantes, são colocadas.

The People v. O.J. Simpson: American Crime Story (FX)

A Fox abriu o livro da história do crime americano com a estreia de American Crime Story. A série combina no mesmo plano o drama de um caso de homicídio e a luta desenfreada contra o racismo.

Não há casos de homicídio em Brentwood, pensavam os norte-americanos. Até ao ano de 1994, quando a Nicole Brown e um amigo, Ronald Goldman, foram encontrados mortos na sua casa. O caso, por si só, já abalava a tranquilidade daquele pequeno bairro de Los Angeles. O verdadeiro furacão mediático surgiu quando se percebeu que Nicole era mulher da estrela de futebol norte-americano O.J Simpson.

Os onze episódios que constituem esta temporada revelam as teimas de um caso que ultrapassou a fronteira do homicídio, para alimentar uma das questões mais problemáticas da sociedade americana - o racismo.

The Girlfriend Experience (Starz)

É uma experiência de "nem tudo é o que parece", para o qual a protagonista muito contribui. De episódio em episódio, Christine Reade, a estudante de direito que se transformou numa acompanhante de luxo, refugia-se numa expressão fechada do seu rosto, para esconder a sua verdadeira essência. Ao público é apenas permitido saborear uma linha ténue da sua personalidade, que alimenta a curiosidade em torno da personagem que é tudo menos aquilo que parece.

Steven Soderbergh, criador e produtor da série, coloca Christine num permanente equilíbrio entre a sua vida de estudante, o seu namorado e a relação que mantém com os seus clientes. No final da primeira temporada fica a pergunta - até quando Christine vai conseguir sustentar este frágil castelo de cartas? - e nada nos garante que a 2ª temporada nos revele a resposta, pois nada é o que parece.

Unbreakable Kimmy Schmidt (Netflix)

A segunda temporada de Unbreakable Kimmy Schmidt pode não ter oferecido um meme tão delicioso quanto "Peeno Noir", mas as gargalhas desencadeadas pela comédia da dupla Tina Fey/Robert Carlock superaram os rácios da primeira temporada, tornando o projeto num dos maiores sucessos de 2016, escreve a Vulture,

A força de uma piada está na forma como o ator, ou comediante, solta a punchline, seja ela decorada ou não. Contudo, outra das grandes armas para roubar e conquistar a gargalhada ao público está na espontaneidade das expressões. Em Unbreakable Kimmy Schimdt, os atores têm liberdade para fugir ao guião e introduzir as piadas sobre o que lhes vier à cabeça. As audiências dizem fórmula parece ter resultado com os atores de Kimmy Schimidt e em estratégia que ganha não se mexe.

Roots (ABC)

Quando estreou nos americanos anos 70 do séc XX, Roots foi uma das séries mais vistas pelo público. Quatro décadas depois, está de volta aos ecrãs pela mão de Bruce Beresford e Levar Burton e reúne todos os ingredientes para superar o sucesso do original.

Com uma maior sensibilidade na realização e maior sofisticação no processo de filmagem, a nova produção surge com uma maior consciência das linhas em que se conta a história da humanidade e dos gráficos em que se ergue a economia mundial. À afinação destes pontos, Beresford e Burton introduzem uma maior sensibilidade em relação às questões raciais. Esta é uma minissérie histórica que o século XXI faz questão de voltar a recordar.

Underground (WGN America)

Contraria a perspetiva através da qual o público está habituado a ver a escravidão e introduz-lhe um amplo sentido de humanidade. Underground retratada a fuga de escravos do sul, para norte dos EUA, através de linhas de ferro subterrâneas.

Misha Green, Joe Pokaski, os criadores da série, desafiam a conduta do público com planos pesados, que servem de despertador para a consciência de um problema que sobrevive à modernidade do século XXI.

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