Barbie e Bratz. Duelo entre a Mattel, proprietária dos direitos de Barbara Millicent Roberts (é este o nome completo da Barbie) e a MGA Entertainment, dona dos destinos das amigas Yasmin, Cloe, Jade e Sasha, aguarda uma decisão judicial. A primeira pede 500 milhões, a segunda pode contra-atacar com o dobro.Guerra entre a clássica Barbie e as novas Bratz quase a chegar ao fim nos tribunais americanos.Vamos lá a saber: faz algum sentido uma louraça alta, quarentona e com mamocas capazes de furar um olho a um tipo mais desprevenido sentir ciúme de quatro pirralhas com sete aninhos a ponto de levá-las a tribunal? Pelos vistos, a resposta é afirmativa. Em especial se a loura em causa responde pelo nome de Barbie, essa Paris Hilton das bonecas, cujo passado por esclarecer inclui uma separação oficial do Ken (com o qual supostamente nem era casada) e uma Shelly que insiste em não perfilhar, apesar dos rumores. Quanto às quatro pirralhas, são mais conhecidas pela alcunha de Bratz..Mais a sério e contada esta mesma história de outra forma, percebemos que a guerra das bonecas, que por estes dias poderá chegar ao fim nos tribunais norte-americanos, é tudo menos fantasia e envolve montantes de indemnização capazes de tirar o sono a muito boa gente. .O duelo é entre a Mattel, proprietária dos direitos de Barbara Millicent Roberts (sim, é o nome completo da Barbie) e a MGA Entertainment, dona dos destinos das amigas Yasmin, Cloe, Jade e Sasha. Se a primeira começou por pedir 500 milhões, a segunda ameaça contra- -atacar com o dobro. O dono da MGA, o carismático Isaac Larian, avisou muito recentemente: "Já é tempo que o público, o tribunal e o júri vejam e ponham um fim à concorrência desleal da Mattel, para que não façam o mesmo ao próximo tipo pequenino que se atreva a concorrer com eles.".Tudo começou quando a Mattel despertou para o sucesso das Bratz e o impacto nas próprias vendas. Em 2004, apenas três anos depois da sua criação, as quatro raparigas de cabeça tão grande como os pés e vestidas de forma descontraída e urban cool, destronavam a chiquérrima Barbie do top de vendas no Reino Unido. Ao mesmo tempo, os senhores da Mattel descobriam também que o criador das Bratz, Carter Bryant, tinha sido um entre os seus 25 mil empregados. O ataque não tardou e a Mattel processou Bryant. Acabaria por desistir, mas mantém-se ainda outro processo contra a MGA por apropriação de direitos de exploração, com base no argumento de que a ideia desenvolvida por Bryant à altura lhes pertence, na qualidade de entidade empregadora..A postura das duas empresas quanto a este braço-de-ferro legal é bastante distinta. Enquanto a MGA emite comunicado atrás de comunicado congratulando-se e fazendo de cada episódio uma vitória, a Mattel permanece silenciosa. No seu site oficial, um dos últimos anúncios diz respeito aos resultados negativos do primeiro trimestre deste ano: 46,6 milhões de dólares. O incremento no custo de matérias- -primas e o aumento da mão-de-obra na China são as razões apontadas e a esperança de uma melhoria reside na ligação a Hollywood, com merchandising associado a filmes como Speed Racer e Kung Fu Panda..A MGA, entretanto, foi lançando para o mercado as Lil'Bratz, os Bratz Boyz, as Bratz Babyz, os Bratz Petz, os Bratz Kidz e por aí fora num franchise que parece não ter fim. .À margem de toda esta guerra entre a louraça mais vistosa do mercado e as quatro girls next door em miniatura, está a Hasbro. A número dois do mercado observa e sorri, enquanto o sucesso dos seus Transformers lhe impulsiona os lucros..Como resumia o título de uma publicação norte-americana: "Hasbro is hot, Mattel is not." Com alguma ironia, também é possível discordar deste juízo. Afinal de contas, para a Mattel, mais "quentes" do que as coisas estão parece difícil.