Os italianos foram os primeiros a entusiasmar-se com a sanguínea, também chamada de lápis vermelho, no século XVI, conta Alexandra Markl, conservadora de desenhos do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, e comissária da exposição O Belo Vermelho, dando a ver aos visitantes variados exemplos do uso deste material, que se tornou popular entre muitos artistas europeus, incluindo o holandês Rembrandt, de quem se pode ver a única obra da sua autoria que está na instituição portuguesa..É um quadrado de papel em que o artista esboçou a vermelho a cena de Abraão a expulsar Agar e o seu filho. "Um pensamento rápido", como lhe chama Alexandra Markl, feito com traços finos e leves, que nunca deverá ter chegado a ser pintura, segundo a comissária. Chegou ao MNAA através da Academia Nacional de Belas-Artes. Antes disso pertenceu ao pintor e professor Jerónimo Barros Ferreira..Pouco se sabe sobre este homem, nomeadamente como aconteceu juntar o conjunto de desenhos que, mais de dois séculos depois, a conservadora classifica como sendo "a mais interessante que nos chegou". Incluía também trabalhos de Vieira Lusitano (1699--1783), um pintor que estudou em Itália e pertence à primeira geração de artistas nacionais que usam a sanguínea. "Antes do século XVIII não existe", nota Alexandra Markl. E quando surge já tem algum valor comercial, que o autor português usa a seu favor. Um dos seus desenhos está na exposição..Leia mais pormenores na edição impressa ou no e-paper do DN