O rebelde nascido 'punk' que acabou estrela pop

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Regresso. A edição de um 'best of' devolve atenção a Billy Idol, um entre os muitos músicos revelados pela revolução 'punk' na Inglaterra de meados de 70, mas que acabou conhecido como uma das maiores estrelas pop dos anos 80

Ganhou visibilidade nos Generation X mas foi a solo que fez carreira

O punk chegou a Inglaterra em meados de 70, depois de escutados e interpretados, muito à maneira britânica, os ecos que chegavam de Nova Iorque. Fenómeno de reacção ao sistema, de confronto e transgressão, o punk causou uma verdadeira revolução cultural que rapidamente transcendeu o mero plano da criação musical: fez-se atitude, mudou hábitos.

Raros foram então os músicos que deram primeiros passos na música pop/rock que não pela porta do punk. Alguns, depois, acabariam a viver experiências de fama e sucesso noutros comprimentos de onda. Billy Idol foi um dos muitos que aí teve berço. Mas nos dias de 80, mesmo mantendo um look de afinidade com a memória rebelde dos dias do punk, revelou-se, afinal, uma estrela pop de apelo global.

Na Inglaterra de 1976 quase não havia rua onde não nascesse uma banda. E William Michael Broad, o filho de uma família rural e religiosa, teve então a sua oportunidade. Longe de ser um aluno exemplar na universidade, deixou-se cativar pelas ondas de mudança que a música então trazia. Já tinha formado uma primeira banda (The Rockettes) quando, em 1976, conhece Tony James (que mais tarde seria o "cérebro" da aventura Sigue Sigue Sputnik). Juntos são o núcleo do qual nascem os Generation X, banda que revela logo, sob costela punk, um gosto pela força da melodia pop... Admirador de Bowie, Bolan, Rotten ou Vicious, William decide, como eles, mudar de nome. E nasce Billy Idol.

O grupo não resiste a convulsões internas mas o manager sente potencial em Billy Idol. Leva-o para os EUA, apresenta-o a novos músicos e juntos definem uma nova orientação. Punk na imagem. Newwave na essência musical. Pop no destino...

A ideia pega e, ao longo da década de 80, Billy Idol é presença segura nas rádios e nas tabelas de vendas. Soma singles de sucesso. Mas tropeça já em inícios de 90 numa tentativa de reinvenção sob agenda cyberpunk... Vale-lhe agora a nostalgia, mote para um reencontro com os palcos e os discos.

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