Tailândia. O que se sabe e ainda não se sabe sobre o resgate
O mundo inteiro assistiu em suspense à primeira operação de resgate de quatro dos 12 jovens presos na gruta Tham Luang, no norte da Tailândia, impedidos de sair por causa do nível das águas. E respirou de alívio. Não totalmente porque ainda há oito rapazes e o seu treinador de futebol presos nas entranhas da montanha, mas pelo menos baixou a pressão. Porque os quatro saíram com vida e estarão bem de saúde.
Quatro fora, nove na gruta
Quatro crianças foram este domingo retiradas da gruta ao fim de 16 dias. O primeiro e o segundo saíram às 17.40 e às 17.50 locais, o terceiro e o quarto às 19.40 e 19.50 (mais seis horas do que em Portugal). Na gruta continuam retidos quatro jovens e o seu treinador. Os jovens resgatados aparentavam estar bem de saúde mas foram levados de helicóptero para o hospital de Chiang Rai.
Oxigénio esgotado
As operações foram interrompidas por 10 a 12 horas porque os mergulhadores usaram "todo o oxigénio" e é necessário repor os cilindros de ar, conforme explicou um dos responsáveis pela operação de resgate.
Retomar operação
Governador de Chiang Rai, Narongsak Osatthanakor, informou que as operações serão retomadas dentro de 10 a 12 horas (entre as 07.00 e as 09.00 locais, ou seja, entre as 01.00 e as 03.00 da manhã em Lisboa).
Mergulhadores de elite
Na operação de domingo estiveram envolvidos 50 mergulhadores estrangeiros e 40 tailandeses, militares e civis, mas todos de elite. No resgate dos jovens participaram 18 mergulhadores, 13 estrangeiros e cinco Navy Seal tailandeses.
Jovens com máscaras
Quando chegaram à superfície, os mergulhadores abraçaram os rapazes que usavam máscaras de mergulho, depois de completar um longo caminho de 3,2 km - trata-se de uma caverna cheia de lama, irregular, escura e onde é preciso mergulhar por passagens estreitas. Segundo a BBC, algumas crianças foram esta semana ensinadas a nadar e a mergulhar.
Condições favoráveis
A operação de resgate avançou porque o nível das águas baixou e terá permitido que em muitas das câmaras subterrâneas pelas quais os mergulhadores e os jovens têm que passar, fosse possível seguir a pé. Informações disponíveis antes do resgate apontavam para que os jovens futebolistas tivessem que atravessar um percurso acidentado de cerca de 1,7 km, que os obrigaria a andar, rastejar e mergulhar em águas turvas e passagens estreitas. Depois deste caminho, chegariam a uma segunda câmara da gruta onde estão outros membros da equipa de resgate.
Jovens sedados?
Os procedimentos que levaram à retirada dos primeiros quatro jovens da gruta não foram, contudo, divulgados pelas autoridades tailandesas mesmo notícias - não confirmadas - de que estariam sedados para facilitar o resgate e evitar que entrassem em pânico, o que poderia dificultar o sucesso do resgate.
Presos por cordas?
A agência noticiosa tailandesa divulgou um gráfico que demonstrava os jovens a mergulhar presos por cordas a um mergulhador que seguia à sua frente. Um segundo mergulhador seguia atrás do rapaz, sendo que estava ligado ao primeiro mergulhador também por uma corda. Nas zonas mais estreitas da gruta os mergulhadores teriam de retirar a garrafa de ar e segurar a criança por baixo do seu corpo, para poderem passar em segurança. Não se sabe se foi, afinal, este o método usado.
Como foram escolhidos?
Na conferência de imprensa em que fez o balanço do resgate dos quatro rapazes, não foram ditos os seus nomes. No entanto, o Bangkok Post avança que o primeiro a sair terá sido Mongkol Boonpiam, de 13 anos (ou 14 anos conforme as fontes), conhecido por Mark. Antes do resgate, o jornal dizia que seria Adul Sam-on, conhecido por Dul, e o único do grupo que fala inglês e que comunicou com os primeiros mergulhadores que encontraram a equipa.
Como foram escolhidos?
As autoridades não disseram se questões de saúde ditaram a escolha dos jovens a retirar da gruta, bem como foram selecionados os primeiros quatro rapazes resgatados. Há, contudo, informações não confirmadas de que a ordem de saída teria sido uma decisão dos próprios.