Sem data de reabertura como bares, podendo funcionar até horas tardias, vários locais reinventaram-se como restaurantes, abrindo portas mais cedo. É o caso do Red Frog e Monkey Mash, dois locais em Lisboa que, sob a batuta de Paulo Gomes, mostram as melhores novidades no que aos cocktails diz respeito, contrariando a ausência de clientes e de turistas na cidade..Esta semana, e até domingo, enquanto decorre o World Class Cocktail Festival, os bares apresentam bebidas especiais como o Rye & Pump (10 euros), 'inventado' por Diogo Lopes. "Foi criado para o primeiro evento, mas na altura estávamos fechados, achámos que devia estar disponível agora", conta Paulo Gomes. Abóbora é um dos ingredientes-c have..Outro cocktail que faz parte deste festival é o Beastie Boozoo (10 euros), uma combinação de vodka com coco, pera rocha e gengibre. "Quisémos meter algo muito português", diz Paulo Gomes, referindo-se à pera, que estava no auge da produção quando a bebida foi criada..Para esta ocasião foram ainda criados três versões de bebidas clássicas: Adonis (8 euros); Negroni High Ball (10 euros), com kombucha de maracujá e baixo teor alcóolico: e Irish Rob Roy (10 euros), "uma espécie de manhattan"..Estes cocktails foram criados para o bar Red Frog, assim batizado após uma viagem ao Panamá, onde vivem raros sapos vermelhos..Paulo Gomes e Emanuel Minez, que estão à frente deste bar, queriam que o Red Frog tivesse o ar dos speakeasies, os bares clandestinos que nasceram nos anos 20 durante a Lei Seca. Por isso, funciona à porta fechada (é preciso tocar à campainha) e tem uma porta secreta. Desde a abertura, em 2015, já ganhou vários prémios, entre eles figurar entre os melhores 50 bares do mundo..Os cocktails do Red Frog que exploram ingredientes pouco usados, "que o cliente não estava à espera", segundo Paulo Gomes, que começou como barman num bar de hotel, onde se servem clientes de todo o mundo mas também se trabalha com clientes fixos. Foi assim que, sempre a trabalhar em Portugal, começou a aprender o que se fazia nos outros países. "Tentei perceber o que é que no bartending podemos fazer diferente e comecei a olhar mais para o que temos - vinhos fortificados espetaculares, aguardentes, ingredientes feitos cá", diz..Paulo Gomes desenvolve periodicamente novos cocktails refrescando o menu e no World Class Cocktail Festival aposta em clássicos a que deu uma reviravolta. Ingredientes sazonais são outra das apostas, tal como já faz no vizinho Monkey Mash, desenvolvem uma carta de bebidas de feição mais tropical..O menu de cocktails foi renovado em abril, tal como a decoração do espaço. Tal como no Red Frog, também aqui é possível "picar" - petiscos de inspiração internacional sentam à mesa sabores sabores asiáticos, mexicanos e do Médio Oriente (falafels, quesadillas, guacamole, tacos, húmus, filetes de peixe em tempura ou apetitosos secretos de porco fumado). As bebidas apostam em ingredientes nacionais como a banana, maracujá e o ananás "das nossas ilhas", como diz Paulo Gomes ao DN. Outro ingrediente usado, este bem mais exótico, é a bolota usada no cocktail com o mesmo nome. "Para quem pensa que é para dar aos porcos...", diz o barman, explicando que dessa matéria-prima fazem um farinha que é transformada numa chicória..No âmbito do World Class Cocktail Festival, também vão preparar uma versão do negroni, o clássico italiano que terá nascido por volta de 1919, em Florença, combinando gin, vermouth e campari. Aqui, claro, há um "twist". "Quisemos fazer um de estilo asiático, com Tanqueray Ten, Belsazar Rose, Bitter aperitivo e Umeshu, um destilado japonês (8 euros). Outra proposta é o coffee+grapefruit (9 euros), em que se unem Ketel One, cold brew e toranja lacto fermentada. "É uma espécie de mazagran, mas em vez de limão, usamos toranja", refere o especialista. Para esta ocasião, Paulo Gomes também criou versões modernas do Tommy (já de si uma versão atualizada da margarita), com e sem álcool (10 euros)..O World Class Cocktail Festival termina no domingo, dia 4. Além do Red Frog e Monkey Mash, participam mais de duas dezenas de bares por toda a cidade de Lisboa. "Há masterclasses e provas, um mundo a que o cliente não tem acesso", garante Paulo Gomes..Todos os locais fecham às 22:30, cumprindo as regras impostas pela pandemia de covid-19. Um otimista Paulo Gomes espera que os clientes em Portugal aproveitem para "mudar o estilo de vida"..Red Frog Praça da Alegria 66B, Lisboa Das 18:00 às 22:30.Monkey Mash Praça da Alegria 66, Lisboa Horário: das 15h30 às 22h30 lina.santos@dn.pt