O que faz a diferença é relacionamento entre intervenientes, diz CEMGFA sobre articulação com forças de segurança

O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) rejeitou hoje, segunda-feira, segunda-feira, alterações à lei ou à Constituição no âmbito da articulação com forças de segurança, considerando que "o que faz a diferença" é a atitude entre os intervenientes.
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"O que faz a diferença são as pessoas, as pessoas têm de se entender, o que faz a diferença, em tudo, no relacionamento, seja civil, seja militar, seja com as Forças Armadas, seja com a segurança interna, o que faz a diferença é a atitude e a relação entre as pessoas", afirmou o general Luís Araújo. O novo CEMGFA, que falava aos jornalistas no final da cerimónia de tomada de posse, no Palácio de Belém, notou que a articulação entre militares e forças e serviços de segurança está prevista na lei para "situações muito específicas" e que o trabalho a fazer reside em "definir melhor o que é a articulação, quem manda em quem".

"Isso é que é importante", disse, rejeitando que essa seja uma questão de conflitualidade e dando como exemplo um caso de quando chefiava a Força Aérea. "Nós participámos várias vezes em missões de segurança interna, por exemplo durante a cimeira da NATO, em que fizemos policiamento do espaço aéreo, e não houve problema nenhum", referiu. Na opinião de Luís Araújo, não é necessária "alteração nenhuma, nem à Constituição, nem à Lei da Defesa Nacional". O novo CEMGFA disse ainda que vai "continuar o processo de reestruturação e de reforma" na Defesa, tal como foi iniciado pelo seu antecessor e está "definido na lei", mas com o seu "estilo de comando". Araújo considerou ainda as críticas que teceu durante o processo de elaboração e discussão das novas leis de Defesa (aprovadas em 2009) não são importantes neste momento.

"Há um tempo para não concordar e há um tempo para cumprir, logo que a lei seja publicada e promulgada pelo senhor presidente [da República], há que a cumprir", referiu. O principal chefe militar rejeitou ainda interpretar as palavras do presidente da República em relação à reforma da saúde militar: "O que me interessa focar e reter é que o senhor presidente disse que a reforma da saúde militar é para a prestação de melhores serviços aos militares". Questionado sobre o facto de, no seu discurso de tomada de posse, ter-se referido à individualidade dos ramos em contextos de ação conjunta, Luís Araújo disse tê-lo feito por existir "uma grande confusão no que é conjunto". "A atuação conjunta, na minha mente, só existe se houver individualidade dos ramos, se não não é conjunta, se é conjunta é sempre uma associação de partes, porque se não era só um corpo", disse, acrescentando: "Não há conjunto se não houver partes, e as partes são a Marinha, o Exército e a Força Aérea".

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