O que é e como funciona a Revolut: a empresa que agora é um banco
Não cobra taxas nem comissões até determinados montantes e captou a atenção de quem gosta de viajar. O seu crescimento também foi feito à boleia dos adeptos de moedas virtuais e das compras na Internet.
A empresa é britânica e em 2018 passou a ter uma licença bancária. Vai começar a oferecer serviços habituais nos bancos, como aceitar depósitos ou conceder crédito, incluindo em Portugal.
Para começar a utilizar é preciso criar uma conta e instalar a aplicação. O cliente pode pedir um cartão de débito para fazer pagamentos da forma tradicional.
Depois tem de carregar a conta com dinheiro - fazer um top up. O valor fica logo disponível. O saldo pode ser usado para pagamentos e transferências em 29 divisas a uma taxa de câmbio real.
O carregamento através de transferência bancária demora três dias e tem custos, dependendo do banco utilizado. Também o carregamento através de cartão de crédito pode ter custos.
A Revolut oferece três tipos de contas diferentes: standard (gratuita), premium (7,99 euros por mês) e metal (13,99 euros por mês).
Na conta standard, o cliente tem direito a: uma conta bancária grátis no Reino Unido; uma conta IBAN; a fazer compras em mais de 150 moedas à taxa de câmbio real. Não há taxas em câmbios envolvendo 29 divisas (até 6.000 euros por mês de gastos) nem comissões por levantamentos em caixas automáticas (até 200 euros por mês).
A Revolut tem mais de 120 mil clientes em Portugal, país que é o seu sétimo maior mercado.
Criada em 2015 por dois ex-banqueiros de investimento do Credit Suisse e do Deutsche Bank, a Revolut vai passar a operar nos próximos meses nos Estados Unidos, Canadá, Singapura, Japão, Austrália e Nova Zelândia. A empresa já tem uma lista de espera de 150 mil clientes nesses mercados.
No total, conta com mais de quatro milhões de clientes na Europa e pretende atingir os 100 milhões de clientes a nível mundial no prazo de cinco anos. O aumento da base de clientes fez com que o volume mensal de transações registado duplicasse de 2,4 milhões de dólares em julho de 2018 para 4,6 mil milhões de dólares em janeiro último.
Os portugueses que utilizam serviços de pagamentos ou aplicações, como a Revolut, ou que têm conta em bancos digitais, como o N26, têm de declarar a existência dessas contas no seu IRS, segundo o Ministério das Finanças.
Estas são as respostas a dúvidas mais frequentes:
Criei a minha conta na Revolut em 2019. Tenho de a declarar no IRS?
- Sim, mas só no próximo ano.
Porque é que tenho de declarar as minhas contas no IRS?
- É obrigatório declarar a existência de contas bancárias detidas no estrangeiro.
Não recebo rendimentos na minha conta Revolut. Tenho de a declarar na mesma?
- Sim, porque tem de se declarar a existência de contas detidas no estrangeiro. Independentemente de obter lá rendimentos ou não. A conta da Revolut inclui um IBAN atribuído.
Vai afetar o meu reembolso?
- Não. É meramente uma informação que presta à Autoridade Tributária.
Que informação tenho de fornecer?
- Tem de declarar o seu número de IBAN.
Onde posso encontrar a informação a declarar ao fisco na aplicação da Revolut?
- Basta clicar no seu saldo e surge o número do IBAN que precisa declarar ao fisco.
Como declaro a conta da Revolut?
- Preenche o quadro 11 do anexo J.
Já entreguei a minha declaração de IRS de 2018 sem o anexo J. Como faço agora?
- Pode entregar uma declaração de substituição com o anexo em falta.
O meu filho tem conta na Revolut? Tenho de a declarar no meu IRS?
- Se o seu filho for seu dependente, sim, precisa de declarar. Tem de declarar todas as contas estrangeiras detidas por membros do seu agregado familiar.