O quase-golão de Quaresma e o instinto de sobrevivência

As boas notícias (elogios na imprensa inglesa ao quase-golão de Quaresma) não são produtivas, mas podem render frutos (confiança) apenas para o FC Porto; as más vieram para as duas equipas, mas podem ter impacto mais directo apenas para o Chelsea: enquanto Bosingwa saiu combalido mas pode recuperar para domingo, Terry (de novo lesionado) falha a final da Taça da Liga frente ao Arsenal. Tudo contas do 1-1 de quarta-feira, no Dragão.

A imprensa inglesa, rigorosa na crítica ao Chelsea, mas mais contemplativa perante, por exemplo, o atentado ao fair-play do Manchester United (o golo de Giggs, num livre directo em que não esperou pela formação da barreira do Lille), retirou uma conclusão quase unânime: o FC Porto colocou a equipa de Mourinho em dificuldades. E deixou uma ameaça: "O Chelsea aguentou o barco, mas o FC Porto mostrou que não poderá navegar em águas tranquilas em Londres", resume o The Sun. Ou mais irónico, como o The Times: "No apito final, os adeptos do Chelsea cantavam aliviados o Blue is the color [o azul é a cor], quando o mais apropriado seria a música de Gloria Gaynor: I will Survive [Vou sobreviver].".

No entanto, a ressaca do jogo no Dragão faz-se de deve e haver. O FC Porto ficou sem Bosingwa para o treino de ontem, em Gaia. E talvez apenas isso. O lateral sofreu contusão no pé esquerdo e sentou-se num banco a ver uma sessão que proporcionou um diálogo sugestivo entre Jesualdo Ferreira e os dois patrões da equipa: o defesa imperial Pepe e o médio, e capitão de equipa, Lucho González. Mas da conversa nada se sabe.

Em Londres, o balanço do jogo, positivo pelo empate com golos que dá alguma vantagem ao Chelsea para, em Stamford Bridge, se chegar aos quartos-de-final da Liga dos Campeões, ficou menos luminoso. Porque o capitão John Terry voltou a lesionar-se - pela terceira vez esta época. Desta vez, falha pelo menos a final da Taça da Liga, domingo com o Arsenal. Outra baixa no Dragão foi Robben: está em dúvida.