O português, a rede cósmica, as galáxias e uma descoberta

Há uma estrutura invisível no universo que influencia a formação e a evolução das galáxias. Primeiras medições que o provam foram feitas por equipa que inclui o astrofísico David Sobral
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Não se vê, porque é feita de matéria escura, mas sabe-se que a rede cósmica, uma espécie de esqueleto invisível do universo, está lá. Dito de forma simples, isto era quase tudo quanto se sabia sobre essa estrutura impalpável do cosmos. Um grupo internacional de astrofísicos, que inclui o português David Sobral, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), conseguiu agora ir mais além. A rede cósmica, propõem os astrofísicos, tem um papel na formação das galáxias e na forma como evoluem.

Para chegar a esta conclusão, publicada esta semana no Astrophysical Journal, os investigadores focaram alguns dos melhores telescópios do mundo, incluindo o Hubble, na órbita terrestre, numa época do passado do universo, há sete mil milhões de anos - calcula-se que ele tenha agora 13,7 mil milhões de anos.

Foi assim que os investigadores mediram pela primeira vez a produtividade (em números de estrelas) das galáxias ao longo dos filamentos da tal rede cósmica, nessa era recuada. Os resultados mostraram que nas galáxias junto desses filamentos havia mais formação de estrelas do que nas galáxias mais afastadas. "Isso aponta para um papel ativo dos filamentos da rede cósmica na produtividade das galáxias", resume David Sobral.

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