O plano de Katinka, a Dama de Ferro das piscinas

Húngara passou a dominar as piscinas desde que começou a ser treinada pelo namorado e o seu doping, diz, é a "sopa de peixe"
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Katinka Hosszu não tem muito em comum com Margaret Thatcher além da alcunha: Dama de Ferro. Mas o ano de 2016 foi a perfeita justificação do porquê de a nadadora húngara, de 27 anos, ter passado a ser assim conhecida após a sua participação nos Mundiais de piscina curta em Pequim, em 2013.

Na altura, Katinka ainda não era uma nadadora habituada a conviver com o sucesso, mas um jornalista chinês lançou a questão: "Sente-se uma dama de ferro?" A atleta natural de Pécs gostou tanto da alcunha que decidiu adotá-la como "nome de guerra" para a sua carreira, que conheceu a total afirmação no último ano.

Katinka começou por ser conhecida como a atleta que prometia muito, mas que falhava nos momentos decisivos, nomeadamente nos Jogos Olímpicos. A nadadora competiu em Atenas, Pequim e Londres, mas nunca conseguiu levar uma medalha para casa. Até que neste ano, nos Jogos do Rio 2016, se afirmou como a melhor nadadora da atualidade, ao conquistar três medalhas de ouro e uma de prata nos Jogos Olímpicos, às quais acaba de somar nove medalhas (sete de ouro e duas de prata) nos Mundiais de piscina curta, que decorreram em Windsor, no Canadá, na última semana.

"Desisti de pensar diretamente nas medalhas e passei a concentrar-me em melhorar os meus tempos. Não importa as outras: eu só tenho de bater a minha marca", disse a nadadora, em entrevista ao jornal húngaro Blikk.

As mudanças na vida de Katinka começaram em 2012: Shane Tusup, o namorado que conheceu na University of Southern California, passou a ser também o treinador. E a experiência arrancou da melhor forma: logo nos Mundiais de Pequim, a nadadora conseguiu cinco medalhas e ganhou a alcunha que agora a acompanha.

Katinka e Tusup casaram-se em 2013 e, desde então, a relação entre ambos tem dado muito que falar, sobretudo pela forma como o marido vibra durante as provas de Hosszu. Shane Tusup já foi, várias vezes, filmado a pontapear objetos e a reagir de forma agressiva a maus resultados da sua mulher, embora também não se iniba de festejar efusivamente quando a esposa é bem-sucedida.

Vários colegas de Katinka Hosszu já se manifestaram preocupados com a exigência de Tusup, considerando que ultrapassa os limites do aceitável. "Já vi Shane ter comportamentos inapropriados. Alguns técnicos são exigentes, agressivos, mas ele ultrapassa os limites. Torna-se assustador", disse a atleta olímpica Jessica Hardy, em declarações ao NY Times.

Certo é que Katinka assegura que foi a relação com o marido que a ajudou a atingir os resultados mais recentes. "Ele é exigente apenas como treinador. Em casa é doce, divertido, carinhoso. Rimos bastante e sabemos separar as coisas", assegurou a húngara, que está habituada a saber separar a relação pessoal da profissional: afinal, o seu primeiro treinador, até aos 13 anos, foi Istvan Hosszu, o seu avô: "Chegou a atirar-me um sapato."

Sopa de peixe

Como qualquer atleta que alcança resultados invulgarmente bons, a nadadora húngara foi alvo de vários comentários a lançar suspeitas sobre o consumo de substâncias dopantes desde a sua participação nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A atleta sempre o negou e a agência húngara de controlo antidoping também veio a público assegurar que os resultados de Katinka Hosszu são limpos.

Em resposta a esta polémica, a húngara confessou que recorre, de facto, a algo "especial" todos os dias: "Sopa de peixe. É a única coisa que não me pode faltar. Como todos os dias desde pequena e é essencial para mim", atirou.

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