Bélgica. Sede da Autoridade Portuária vai ter a forma de um navio.Em Antuérpia, na Bélgica, a nova Sede da Autoridade Portuária irá ser "um edifício icónico, visível de múltiplas direcções", e um símbolo de um dos maiores portos do mundo e do desenvolvimento económico da Flandres. Da autoria de Zaha Hadid, que venceu o concurso internacional, a proposta utiliza um conceito muito forte, o de um edifício em forma de barco/navio que assenta sobre a estrutura existente da Central de Bombeiros do Porto. Com um total de 46 metros de altura (o equivalente a 15 pisos), assente em três grandes pilares e revestido a triângulos de vidro, o novo edifício é uma evocação da história e tradição do porto. .Este louvor verifica-se facilmente na localização do edifício, paralelamente à doca, um ponto extremamente importante do porto, e no topo em forma de proa que aponta para sul, o local onde nasceu a inraestrutura. Esta situação permite ainda uma esplêndida vista sobre a cidade belga e uma posição de domínio e controle sobre todo o porto. .Os três pilares que sustentam o edifício irão ser peças escultóricas, que incorporam as escadas e elevadores, e que ligam o edifício existente ao novo corpo em forma de navio. Dois elevadores estão simulados no interior do edifício da antiga Central de Bombeiros, cujo perímetro irá ser recuperado e mantido com as características actuais enquanto que o interior irá ser demolido e utilizada para salas de escritório em "open space". Zaha Hadid pretende que estes espaços de trabalho sejam o mais abertos possível para que os funcionários tenham uma clara sensação de ver todas as paredes do perímetro da antiga central. .Para além dos dois pilares, o interior da antiga central irá ser dominada pela entrada, que dará acesso ao grande átrio, considerado um espaço semipúblico. Aqui irão ser realizadas as funções de atendimento público, com as diversas secretarias (de pagamento, do chefe do porto, de planeamento e ambiente, licenças, etc.) dispostas. Este átrio irá ser coberto com a base do navio/edifício e que, de acordo com a arquitecta iraquiana, irá ser um espaço climatizado artificialmente com ar condicionado, com grande controlo de perdas e ganhos térmicos e energéticos. .O átrio irá permitir ainda o acesso ao estacionamento em cave, destinado a 300 veículos e que ocupa apenas um piso. Este uso é considerado muito importante, pelo que recebe luz natural via o grande átrio central. .O terceiro pilar, arqueado, aloja um elevador panorâmico acessível ao público. Mas o exterior é dominado pelo edifício em forma de nave com as paredes exteriores revestidas a vidro. Estas resultam de uma composição e estrutura à base de faces trianguladas, umas transparentes e outras reflectantes. Colocadas em planos diferentes que se assemelham a faces que estão ligeiramente rodadas umas em relação a outras, criam um jogo de luz reflectida e absorvida que remetem para as pedras preciosas, "uma referência à indústria de diamantes de Antuérpia", refere a arquitecta iraquiana. É neste edifício que se localizam as funções de controlo e vigia marítima com complexos sistemas electrónicos de monotorização. .O conjunto foi considerado pelas entidades portuárias como uma solução que "preserva o máximo possível a dignidade do edifício existente, (...) adicionando um novo objecto ao local, (...) que funciona como uma montra para a Autoridade Portuária".