O novo 'Médico de Família'

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Lembram-se de Médico de Família, a série portuguesa que fez furou de 1998 a 2000 na SIC? Eu lembro-me. Muito. Foi a melhor do género feita em Portugal até hoje. Sob o signo "A vida tal como ela é", a série apaixonou os portugueses retratando a sua vida do dia--a-dia. Sem fatos de época, sem grandes produções, só pelo prazer (deles) de representar, apenas pelo prazer (nosso) de ver boa televisão.

Aquela hora e tal de emissão à terça-feira à noite era único, lembro--me bem. Médico de Família deu para mostrar Fernando Luís ao país televisivo (e abriu caminho ao filão dos pais viúvos que a nossa TV explorou até à náusea nos anos seguintes...) e um elenco de outros bons actores. De lá para cá, nesta década que passou, as tentativas de repetir aquele marco revelaram-se infrutíferas. Na sexta-feira, quando, quase por acaso, vi um episódio de Pai à Força, lembrei-me de Médico de Família. A série que a SP Televisão produziu para a RTP1, protagonizada por Pepê Rapazote (como é possível que o "canastrão" que fez Coração Malandro em 2003 na TVI se tenha transformado no belíssi-mo actor que é hoje?), é de boa qualidade.

Não tem peneiras, não tem objectivos históricos, mas tem boas interpretações, tem sentimentos, tem verosimilhança, tem ritmo. Ou seja, apanhei o episódio no início e não zappei. Fiquei ali. E tive pena quando chegou ao fim. Está bom de ver: esse é o melhor elogio que um espectador pode fazer a um programa...

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