O mundo gira e avança
1. O presidente executivo da Vodafone Portugal, António Coimbra, considera que a forma como foi introduzida a televisão digital terrestre (TDT) no mercado português resultou num "modelo falhado". O presidente da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA) alertou para a existência de "falhas de cobertura" da TDT em quatro diferentes concelhos da região. O Canal Parlamento (ARTV), que devia ter começado a emitir em sinal aberto na TDT no dia 25 de abril, só deverá principiar a fazê-lo em setembro (e ainda estamos cá para ver isso). Não se esperava outra coisa, na verdade. Enquanto a televisão por subscrição se foi desenvolvendo sozinha, Portugal teve um dos sistemas mais evoluídos do mundo, incluindo uma boa antena, um excelente cabo e uma IPTV verdadeiramente de ponta. Assim que entrou o Estado ao barulho, com a sua sempre inquietante ânsia de "modernizar", começou logo a dar buraco. Não é juízo de valor: é de facto apenas.
2. Spartacus (Fox) acaba em 2013, ao final da terceira série. Têm-na levado ao colo a violência e o sexo. Disse-o logo de início e mantenho-o hoje, passados muitos episódios (e outras tantas possibilidades de emendar a mão): a aplicação da estética de 300 à atmosfera de Roma, com que Steven S. DeKnight esperava revolucionar a ficção televisiva, não passa de pornografia (de sexo e de sangue). A intriga é inócua, as personagens rasas e os atores principais do mais frágil com que pudemos cruzar-nos nos últimos tempos. Rendeu um balúrdio de início. E, como tinha esse objetivo sobre todos os outros, o melhor é suspendê-la depressa, porque agora já nem sequer audiências que se veja dá.